SSP cria canal exclusivo para receber denúncias de motoristas de apps

De acordo com o órgão, assim como já ocorre com os taxistas, o canal, que já está em operação, facilita o atendimento dos motoristas por aplicativos

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Tribuna da Bahia, Salvador
30/12/2019 11:48 | Atualizado há 23 horas e 0 minutos

   

Foto: Reprodução

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Por: Rayllanna Lima

A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) criou um canal exclusivo para atender denúncias dos motoristas do transporte por aplicativos. De acordo com o órgão, assim como já ocorre com os taxistas, o canal, que já está em operação, facilita o atendimento dos motoristas por aplicativos, uma vez que encaminha o profissional para um setor específico, dando maior agilidade na busca e identificação de suspeitos de cometer furto ou roubo.
Na análise do presidente do Sindicato dos Motoristas por Aplicativo e Condutores de Cooperativas do Estado da Bahia (Simactter-BA), Átila Santana, o canal exclusivo é uma resposta da SSP de curto prazo aos crimes que estão ocorrendo contra a categoria, a exemplo de uma chacina que resultou na morte de quatro profissionais da área, no bairro de Mata Escura, no último dia 13 de dezembro.
A longo prazo, reforça Átila, estaria a criação de uma delegacia especializada para atender a todos os motoristas que atuam com o transporte de passageiros em Salvador e região metropolitana. “Agradecemos o comprometimento da SSP, que está buscando dar respostas. O governador informou que não há condição financeira de instalar agora [uma delegacia especializada], mas pretendem no futuro implantar sim essa delegacia específica para motoristas, seja de aplicativos ou taxistas”, disse.
Chacina
A chacina dos motoristas por aplicativos, que foram brutalmente assassinados, indignou e assustou toda a categoria, que passou a realizar protestos nas ruas da cidade, pedindo por ações efetivas de segurança por parte do poder público e, sobretudo, das empresas.
No início das investigações do crime, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), chegou a relatar que “o traficante mandou matar as pessoas porque a mãe dele chamou, e o Uber cancelou a chamada”.
A versão já havia sido compartilhada pelo presidente do sindicato da categoria. “Deu a ordem de que se matassem dez motoristas acabaria com a frustração dele, que ficou chateado porque motoristas não estavam aceitando corridas naquela localidade. Tivemos um guerreiro que reagiu e ajudou outro a sobreviver, senão o número seria muito maior”, afirmou Átila Santana
O traficante citado por Rui, apontado como mandante do crime, foi identificado como Jeferson Palmeira Soares Santos. Segundo a SSP, ele foi encontrado morto na BA-525 na segunda-feira (16), após três dias do assassinatos, com marcas de tiros, mãos e pescoço amarrados. No mesmo dia, outros dois suspeitos morreram em confronto com a polícia.
Na última quinta-feira (26), uma travesti, de nome Benjamin Franco da Silva, mais conhecida como Amanda, foi presa em Periperi. Ela foi a última suspeita presa, apontada como a pessoa que atraiu os trabalhadores para o local do crime, onde foram torturados em cativeiro antes de serem mortos.
Ao todo, de acordo com a SSP, cinco pessoas participaram do crime. Além de Jeferson e Amanda, também estão envolvidos Antônio Carlos Santos Carvalho e Marcos Moura de Jesus, estes que morreram em Itinga, na noite do crime, após confronto com a polícia. O outro envolvido foi adolescente de 17 anos.As investigações apontam que todos eles são da facção Bonde do Maluco (BDM).