Uso de cigarros eletrônicos ou de tabaco aquecido, vaporizadores, entre outros, pode causar câncer e doença pulmonar grave
Adotado por muitos jovens e adultos como alternativa
ao cigarro, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são
considerados prejudiciais à saúde.
Diante do comunicado emitido pelo Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), na última semana, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) alerta sobre os perigos do uso desses aparelhos. No Brasil, a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos, vaporizadores, cigarro de tabaco aquecido, dentre outros, estão proibidas desde 2009, segundo resolução da Anvisa.
Os dispositivos utilizam bateria para aquecer uma solução líquida e possuem diferentes apresentações e mecanismos de funcionamento. A solução produz um aerossol que é inalado pelo usuário juntamente com inúmeras substâncias tóxicas, como formaldeído, metais pesados, acetaldeído, acroleína, flavorizantes, além de, na maioria das vezes, aditivos com sabores e nicotina, droga que causa dependência.
Segundo a referência técnica em Promoção da Saúde e Controle do Tabagismo da SES-MG, Cristiane Roberta Tomaz, o contato com essas substâncias tóxicas pode causar malefícios à saúde, como câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares. “Os cigarros eletrônicos causam impacto na saúde, a curto e longo prazo. O seu uso está relacionado a surgimento de doenças, ocorrência de explosões e intoxicação, principalmente por crianças, que entram em contato com o líquido”, afirma.
Ela ainda destaca que “não há evidência científica definitiva que indique que uso dos cigarros eletrônicos pode levar ao fim do tabagismo (entendido como dependência de nicotina)”. A recomendação da referência técnica da SES-MG para quem deseja parar de fumar é que procure uma Unidade Básica de Saúde.
Riscos
Segundo Cristiane, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou, recentemente, que as informações sobre o uso de DEFs como ferramenta de eliminar o tabagismo são inconclusivas. “Além disso, esses dispositivos têm causado uma epidemia de uso de nicotina, principalmente entre os jovens, em outros países. Uma revisão sistemática de estudos científicos mostrou que a chance de um jovem começar a fumar cigarros convencionais quadruplica com o uso de DEF”, diz.
Como no caso do cigarro convencional, o uso dos dispositivos também é proibido em ambientes fechados e parcialmente fechados, conforme lei, já que pode causar danos à saúde relacionados à exposição ao aerossol emitido, que contém inúmeras substâncias tóxicas. “O aerossol também é potencial fonte de contaminação de terceira mão - produto da reação entre as substâncias emitidas pelo DEF com outros poluentes ambientais, que se misturam quando depositadas em superfícies como cortinas, tapetes, móveis, entre outros”, observa.
“Nos vaporizadores, a nicotina encontra-se na forma líquida, sendo aquecida, aspirada e também liberada no meio ambiente sob a forma de vapor, imitando, do ponto de vista comportamental, o cigarro convencional. Com isso, elas carregam substâncias tóxicas para as vias respiratórias e para o sistema cardiovascular dos tabagistas e de pessoas próximas”, explica Cristiane.
Doença Pulmonar Grave
Segundo alerta do Inca, até o início de dezembro de 2019, foram relatados três casos suspeitos de doença pulmonar grave relacionada ao uso de vaporizadores no Brasil. A condição provoca sintomas respiratórios, como tosse, falta de ar, dor no peito, náusea, vômito, dor abdominal ou diarreia, febre, calafrio e perda de peso. Os males são causados por infecção pulmonar.
As três pessoas identificadas com a doença fizeram uso de cigarros eletrônicos. A maioria relatou ter usado THC (tetrahidrocanabiol, componente da maconha), acompanhada ou não de nicotina.
Segundo o Inca, nos EUA o crescimento do número de casos também chamou a atenção e foi reconhecido como epidemia. Em 2019, o Centro de Controle de Doenças (CDC) do país, relatou, até o momento, 2.291 casos de pessoas hospitalizadas, sendo 48 mortes confirmadas.
SUS garante tratamento para tabagismo
Em Minas, o tratamento para o tabagismo pelo SUS é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Segundo Cristiane Tomaz, o usuário que tem interesse em parar de fumar deve procurar a UBS mais próxima de sua residência. Ele será acolhido e avaliado pela equipe de Saúde, que irá investigar principais doenças e fatores de risco relacionados ao tabagismo, bem como avaliar o grau de dependência da pessoa, e o estágio de motivação para deixar o cigarro.
Ela explica que o tratamento ocorre a partir de uma abordagem cognitivo-comportamental, podendo ser realizado em grupo ou individualmente, e, quando necessário, com apoio de medicamentos. Inicialmente, são feitos quatro encontros semanais, em seguida, são promovidas sessões mais espaçados, até completar 12 meses de tratamento.
Para ter acesso, a pessoa deve entrar em contato com a Secretaria de Saúde de sua cidade para identificar unidade do SUS que oferece o tratamento do tabagismo. “O SUS ajuda o paciente a ter uma vida saudável sem tabaco e de forma segura”, frisa Cristiane.
Diante do comunicado emitido pelo Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), na última semana, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) alerta sobre os perigos do uso desses aparelhos. No Brasil, a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos, vaporizadores, cigarro de tabaco aquecido, dentre outros, estão proibidas desde 2009, segundo resolução da Anvisa.
Os dispositivos utilizam bateria para aquecer uma solução líquida e possuem diferentes apresentações e mecanismos de funcionamento. A solução produz um aerossol que é inalado pelo usuário juntamente com inúmeras substâncias tóxicas, como formaldeído, metais pesados, acetaldeído, acroleína, flavorizantes, além de, na maioria das vezes, aditivos com sabores e nicotina, droga que causa dependência.
Segundo a referência técnica em Promoção da Saúde e Controle do Tabagismo da SES-MG, Cristiane Roberta Tomaz, o contato com essas substâncias tóxicas pode causar malefícios à saúde, como câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares. “Os cigarros eletrônicos causam impacto na saúde, a curto e longo prazo. O seu uso está relacionado a surgimento de doenças, ocorrência de explosões e intoxicação, principalmente por crianças, que entram em contato com o líquido”, afirma.
Ela ainda destaca que “não há evidência científica definitiva que indique que uso dos cigarros eletrônicos pode levar ao fim do tabagismo (entendido como dependência de nicotina)”. A recomendação da referência técnica da SES-MG para quem deseja parar de fumar é que procure uma Unidade Básica de Saúde.
Riscos
Segundo Cristiane, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou, recentemente, que as informações sobre o uso de DEFs como ferramenta de eliminar o tabagismo são inconclusivas. “Além disso, esses dispositivos têm causado uma epidemia de uso de nicotina, principalmente entre os jovens, em outros países. Uma revisão sistemática de estudos científicos mostrou que a chance de um jovem começar a fumar cigarros convencionais quadruplica com o uso de DEF”, diz.
Como no caso do cigarro convencional, o uso dos dispositivos também é proibido em ambientes fechados e parcialmente fechados, conforme lei, já que pode causar danos à saúde relacionados à exposição ao aerossol emitido, que contém inúmeras substâncias tóxicas. “O aerossol também é potencial fonte de contaminação de terceira mão - produto da reação entre as substâncias emitidas pelo DEF com outros poluentes ambientais, que se misturam quando depositadas em superfícies como cortinas, tapetes, móveis, entre outros”, observa.
“Nos vaporizadores, a nicotina encontra-se na forma líquida, sendo aquecida, aspirada e também liberada no meio ambiente sob a forma de vapor, imitando, do ponto de vista comportamental, o cigarro convencional. Com isso, elas carregam substâncias tóxicas para as vias respiratórias e para o sistema cardiovascular dos tabagistas e de pessoas próximas”, explica Cristiane.
Doença Pulmonar Grave
Segundo alerta do Inca, até o início de dezembro de 2019, foram relatados três casos suspeitos de doença pulmonar grave relacionada ao uso de vaporizadores no Brasil. A condição provoca sintomas respiratórios, como tosse, falta de ar, dor no peito, náusea, vômito, dor abdominal ou diarreia, febre, calafrio e perda de peso. Os males são causados por infecção pulmonar.
As três pessoas identificadas com a doença fizeram uso de cigarros eletrônicos. A maioria relatou ter usado THC (tetrahidrocanabiol, componente da maconha), acompanhada ou não de nicotina.
Segundo o Inca, nos EUA o crescimento do número de casos também chamou a atenção e foi reconhecido como epidemia. Em 2019, o Centro de Controle de Doenças (CDC) do país, relatou, até o momento, 2.291 casos de pessoas hospitalizadas, sendo 48 mortes confirmadas.
SUS garante tratamento para tabagismo
Em Minas, o tratamento para o tabagismo pelo SUS é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Segundo Cristiane Tomaz, o usuário que tem interesse em parar de fumar deve procurar a UBS mais próxima de sua residência. Ele será acolhido e avaliado pela equipe de Saúde, que irá investigar principais doenças e fatores de risco relacionados ao tabagismo, bem como avaliar o grau de dependência da pessoa, e o estágio de motivação para deixar o cigarro.
Ela explica que o tratamento ocorre a partir de uma abordagem cognitivo-comportamental, podendo ser realizado em grupo ou individualmente, e, quando necessário, com apoio de medicamentos. Inicialmente, são feitos quatro encontros semanais, em seguida, são promovidas sessões mais espaçados, até completar 12 meses de tratamento.
Para ter acesso, a pessoa deve entrar em contato com a Secretaria de Saúde de sua cidade para identificar unidade do SUS que oferece o tratamento do tabagismo. “O SUS ajuda o paciente a ter uma vida saudável sem tabaco e de forma segura”, frisa Cristiane.
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