quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

“O que mais você quer?”


Caros amigos
Fui questionado, em tom de surpresa, quando eu disse que a maior vulnerabilidade do Governo Bolsonaro é o temperamento do Presidente.
Com muita lógica, o amigo que reagiu à minha afirmação comentou que, em que pesem alguns “equívocos políticos e atitudes fora do contexto” que, de fato, aos poucos, contribuem para atrofiar a “base parlamentar do governo”, “no bojo” (sic), as coisas estão melhorando e justificou apontando a qualidade dos atuais ministros e o resultado positivo e promissor do trabalho deles – o que tem merecido todo o meu aplauso – e concluiu, perguntando-me: O que mais você quer?
Antes de responder, coloquei a ele as perguntas que se seguem.
1) Você admite que os “equívocos políticos e as atitudes fora do contexto”, de alguma forma, atrapalham ou, no mínimo, atrasam e reduzem a eficácia e o resultado do trabalho dos ministérios? Resposta dele: Sim!
2) Você admite que a redução da já pequena base parlamentar põe em risco a integridade dos projetos e as propostas do governo que nós elegemos para serem implementadas? Resposta dele: Sim!
3) Você admite que esses “equívocos e atitudes”, que “dificultam mas não impedem” o desempenho dos ministérios, podem ser – e poderiam ter sido – evitados? Resposta dele: Sim!
4) Você admite que se os “equívocos e atitudes” tivessem sido evitados o resultado do trabalho dos ministérios teria sido ainda melhor para o Brasil? Resposta dele: Sim!
5) Você admite que esses “equívocos políticos e atitudes fora do contexto” são, em sua maioria, fruto apenas do temperamento do PR? Resposta dele: Sim!
6) Você acredita que o PR coloca o Brasil acima de tudo, inclusive dele mesmo, como jurou fazer diante da Bandeira Nacional, quando jovem aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Exército? Resposta dele: Claro que sim!
7) Você admite que o Brasil ganharia muito se o PR, sem deixar de ser ele mesmo, controlasse e moldasse o seu temperamento para direcionar suas energias, de forma racional, inteligente e lógica, à neutralização da argumentação adversa? Resposta dele: Sim!
8) Será que, pelo bem do Brasil e pela potencialização dos resultados esperados do seu governo, o PR conseguiria controlar um pouco mais o seu temperamento e adaptar as suas atitudes ao contexto atual, sem fazer qualquer concessão aos maus hábitos que têm caracterizado a nossa política? Resposta dele: Acredito que sim!
9) Seria muito difícil e penoso para o PR, em benefício do Brasil, substituir ou submeter os tuiteiros e blogueiros que o cercam a profissionais competentes e consagrados, do tipo Alexandre Garcia e Willian Waack? Resposta dele: Se é para o bem do Brasil, é lógico que não seria difícil!
10) Então, por que é que ele não faz isso? Resposta dele: Não sei…
Eu concordo com todas as respostas do meu amigo e, respondendo objetivamente à sua pergunta inicial, lhe disse e lhes digo: O que mais eu quero é que o PR controle apenas um pouco mais o seu temperamento e que, assim, corrija as poucas coisas que acabamos de comentar.
Foi muito difícil chegar até aonde chegamos! Não podemos nos contentar com menos do que o máximo!
Encerrei nossa conversa, chamando a sua atenção para a seguinte definição, já que todos queremos o bem do Presidente e o sucesso do seu governo: Amigo é quem quer o bem do amigo. É o que não o ilude ou lhe esconde os fatos e suas repercussões. É o que contribui com a sua opinião. Não é amigo aquele que exalta os defeitos do amigo como se fossem virtudes.
Gen Paulo Chagas
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