segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Câncer de pele causa 30 mil mortes e 400 mil internações hospitalares em 10 anos


Índice de internações gerou uma despesa de R$ 454,6 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS)

Redação
BAHIA.BA
O câncer de pele é dividido em dois principais tipos: melanomas e não melanomas. (Foto: Gabriel Jabur/ Agência Brasília/Fotos Públicas)
Foto: Gabriel Jabur/ Agência Brasília/Fotos Públicas

Entre 2008 e 2017 o Brasil registrou 33.339 mortes provocadas pelo câncer de pele. No que diz respeito às internações, os números são ainda mais significativos: de janeiro de 2009 a setembro de 2019, houve 394.770 internações por conta dessa doença em todo o país, gerando uma despesa de R$ 454,6 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Esses números mostram que o câncer de pele, ao contrário do que muitos pensam, é um problema de saúde que, se não for bem tratado, pode ter consequências sérias para o bem-estar do paciente”, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sérgio Palma. Para ele, além de serviços que ofereçam acesso ao atendimento qualificado no diagnóstico e no tratamento do câncer de pele, é preciso investir em estratégias de prevenção.
Com essa preocupação, a Sociedade Brasileira de Dermatologia desencadeou mais uma edição do Dezembro Laranja, campanha nacional criada em 2014 para a prevenção e combate ao câncer de pele
Diagnóstico – O Painel Oncologia, uma base de dados coordenada pelo Ministério da Saúde, indica que entre 2013 e 2019, 77.200 pessoas foram diagnosticadas com melanoma e outras neoplasias (tumores) malignas da pele. Os idosos formam o público principal no diagnóstico da doença, com 67% de todos os casos. A faixa etária com o menor número de diagnósticos foi a de 20 a 24 anos, com 507 casos, o que representa menos de 1% do total.
Separados por sexo, o número de diagnósticos é ligeiramente maior entre as mulheres, com 38.695; e depois os homens, com 38.505. Os estados com maior volume de notificação de diagnóstico do câncer de pele foram: São Paulo (20.820), Paraná (11.444) e Rio Grande do Sul (9.079). Estados como Acre (29), Amapá (16) e Roraima (15) registraram os menores números de casos de câncer de pele no período pesquisado.
Embora associado à exposição inadequada ao sol, dos 20 municípios que registraram o maior número de diagnósticos de câncer de pele entre 2013 e 2019, somente 3 estão no litoral brasileiro: Fortaleza (CE), na 4ª posição; Salvador (BA), na 10ª posição, e Natal (RN), na 12ª posição.
Para a coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, Jade Cury, no entanto, certamente os números estão aquém do real cenário epidemiológico do câncer de pele no País, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, “pois as bases de dados existentes ainda sofrem com a subnotificação”.
Internações – O mapa brasileiro do câncer de pele permite ainda identificar o impacto do câncer de pele sobre o atendimento hospitalar. No que se refere às internações, São Paulo é o Estado que registrou o maior volume de ocorrências (103.635), representando 26% do total. Após, vêm Paraná (59.914) e Rio Grande do Sul (38.412).
No período analisado (janeiro de 2009 a setembro de 2019), segundo o levantamento da SBD as unidades da federação com menores registros desse tipo foram Acre (345), Roraima (321) e Amapá (157). Do ponto de vista regional, o Sudeste (162.587) foi o que teve o maior número de internações, representando 41% do total, seguida pelo Sul (121.854), Nordeste (71.938), Centro Oeste (30.749) e Norte (7.642).
No período avaliado, 65% das internações foram de pacientes idosos, a partir de 70 anos. Crianças e jovens (zero a 19 anos), representaram apenas 2% do total de internações. A maioria dos pacientes atendidos foram homens, com 204.697 casos (52%). As mulheres acumularam 90.073 (48%) ocorrências.
A pesquisa também demonstra que 62% das pessoas hospitalizadas com câncer de pele são brancas (245.239), seguida de pardos (83.878). Pacientes negros representaram apenas 1% do total.

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