Coluna de Alexandre Garcia, publicada pela Gazeta do Povo:
Começou o fim de ano e começa o fim do primeiro ano do governo
Bolsonaro. Esse foi um ano em que a gente não viu as anuais e
tradicionais denúncias de corrupção. Também não tivemos aquelas
histórias de partido mandar em ministério: quem manda no ministério é o
presidente.
Tivemos a prática da separação de poderes. O Legislativo cuida do
Legislativo, o Executivo cuida do Executivo. No Legislativo cada um
cuidou do seu nariz, o presidente da Câmara cuida da Câmara, o do Senado
igualmente. E no Executivo cada chefe de governo mandou no seu governo.
As coisas estão funcionando de modo diferente.
As empresas estatais não têm mais que perguntar ao líder do partido
político se podem ou não fechar negócio ou se a empreiteira vai ou não
dar propina sobre a forma de ajuda eleitoral.
Imagina o que aconteceria neste ano em outra situação em relação às
eleições do ano que vem. Em outro governo já estariam recolhendo propina
para financiar a campanha das eleições municipais. Nos livramos.
O papel do Congresso
Na terça-feira (03) o IBGE vai anunciar o desempenho do PIB no
terceiro trimestre, saem números da balança comercial, do comércio, da
indústria. O comércio deve estar muito satisfeito com essas promoções da
Black Friday. É claro que precisam parar de anunciar desconto de 70%,
porque ninguém acredita.
Dezembro está começando. Dia 20 o poder Legislativo entra em recesso
sem resolver muita coisa que deveria ser resolvido. O Congresso vai
estar concentrado em resolver o orçamento porque isso é obrigatório e
eles não entram em férias.
Entretanto, o pacote Anticrime de Sergio Moro está parado; assim como
as emendas constitucionais da prisão em segunda instância. Isso vai ser
um presente de Natal para os bandidos, corruptos e para os que vivem de
negociatas.
Como a gente sabe, a gente sai dos mês de festas de fim de ano, vem
Carnaval, Semana Santa, eleição. O Legislativo tem que pensar muito
nisso, já que tem uma reforma administrativa necessária e uma reforma
tributária mais necessária ainda. Além disso, tem as propostas do
ministro Paulo Guedes de emendas constitucionais para resolver a
economia.
Eu reconheço que não se consegue resolver em um ano o que foi
desmontado em décadas. Principalmente os valores da família, da pátria,
morais, éticos, um estado que foi aparelhado por partidos políticos e um
ensino que foi aparelhado por ideologias: isso é difícil de se
desfazer.
Há uma série de medidas que foram propostas aos representantes do
povo, aos nosso representantes e empregados no Congresso, por isso eles
precisam receber as ordens dos patrões para que trabalhem com mais
rapidez, a rapidez desejável para recuperar esse país.
É uma vergonha para nós que tenhamos estado à frente da Índia, da
China e da Coreia e agora eles estão na nossa frente e muito. Estamos
prejudicados por governantes que pensaram em ideologias do passado que
foram postas à prova e fracassaram e não olharam para o futuro. A gente
que se prepare para o ano que vem com muita esperança, otimismo e
entusiasmo que são os motores da economia.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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