sexta-feira, 1 de novembro de 2019

"Progressismo" em São Francisco: fezes e seringas nas ruas.


San Francisco, segundo o estudioso da Heritage Foundation Lee Edwards, já não parece uma cidade dos EUA. De fato, a cena de rua lembra mais algumas metrópoles brasileiras:

Uma coisa é ler sobre a decadência de São Francisco. Outra é ver com os próprios olhos.
Mal consegui reconhece essa que já foi uma cidade de paisagens de tirar o fôlego, culinária distinta e cool jazz. Hoje ela está ocupada por um exército de homens e mulheres de rua que transformaram a “Bagdá à beira da baía” na “Bombaim à beira da baía”, com algumas das favelas mais sujas dos Estados Unidos.
Visitei São Francisco pela primeira vez em 1964, com membro da equipe política de Barry Goldwater (candidato republicano em 1964), que propunha uma opção conservadora, não progressista.
Naquela época, saímos pelas ruas e colinas da cidade. Hoje, é melhor tomar cuidado para não pisar em fezes humanas. Naquela época, as Goldwater Girls, com seus chapéus e botas brancas, recebiam os delegados e convidados no Cow Palace. Hoje, moradores de rua urinam abertamente na Union Square.
Naquela época, distribuímos cópias do “The Conscience of a Conservative” [A consciência de um conservador]. Hoje, os moradores de rua compartilham suas agulhas. Na época, nós nos opúnhamos à legalização da maconha. Hoje, os californianos cultivam mais maconha do que laranja.
O que aconteceu? Por que os Estados Unidos estão se arrastando como um monstro — não rumo a Belém, e sim a Gomorra? Sem dúvida parece que as coisas estão caindo aos pedaços e que as regras comuns da sociedade civil não valem mais.
Na época, a maioria dos norte-americanos concordava que a família é a unidade básica da sociedade. Hoje, de acordo com as gerações em ascensão, o núcleo familiar está desaparecendo, os direitos dos gays são maiores do que qualquer outro direito, Washington é considerado o principal responsável por nosso bem-estar e o socialismo é a onda do futuro.
O que aconteceu? Um dos principais motivos para isso é a influência, dentro e fora da academia, de filósofos políticos como John Rawls, que argumenta que tudo é relativo e que não há um certo e errado absolutos.
Rawls é o filósofo preferido dos progressistas porque acredita que, como o professor Jerome Foss diz, “o objetivo do governo é corrigir toda injustiça”. Que se danem os Fundadores, que criaram o sistema de pesos e contrapesos para limitar o papel do governo.
O governo que Rawls imagina, diz Foss, “tem poder para impor uma teoria sem quaisquer restrições institucionais”. Que se dane a Declaração de Independência e a Constituição e sua base de verdades “autoevidentes”, acumuladas ao longo de 2.500 anos de Civilização Ocidental, de Jerusalém a Atenas, passando por Roma, Londres e Filadélfia.
Eu era um estranho numa terra estranha em São Francisco ao ver as pessoas caminhando com cuidado pelas calçadas a caminho do trabalho, envergonhadas pelas fezes e seringas e as barracas dos sem-teto que surgem como erva-daninha.
Imaginei o que o sempre direto Barry Goldwater diria sobre a trágica decadência dessa que já foi uma cidade mágica e acredito que seria algo como “vamos parar de bobagem e limpar isso!”. E então ele citaria Milton Friedman sobre a importância da liberdade — e, igualmente, a importância do que você faz com essa liberdade.
Talvez tenha voltado para casa deprimido e triste pelo que vi, mas minha parada seguinte foi Dallas. Depois de um dia entre seus arranha-céus reluzentes, ruas e parques limpos e moradores ativos e otimistas, fiquei feliz. Nem tudo está perdido.

Os jovens profissionais que encontrei estavam empolgados com o que o futuro lhes reservava. Dallas, e não São Francisco, é o futuro, a não ser que os cidadãos da “Bagdá à beira da baía” decidam recuperar sua cidade. (Gazeta do Povo).

*Lee Edwards é estudioso do pensamento conservador na Heritage Foundation e historiador.
©2019 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
 
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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