Como chegar lá? Coach, mentora e head trainer em Belo Horizonte, Patrícia Lisboa adianta que não há fórmula mágica. O caminho é individual e precisa ser percorrido diariamente. “Por meio do propósito conseguimos conciliar os quatro elementos do Ikigai: realizar o que amamos, fazê-lo bem, entregar o que o mundo precisa e ser remunerado por isso. É uma forma de viver”, define.
Perto ou longe?
Bom exercício para quem deseja identificar o propósito de vida ou se reconciliar com ele é observar atitudes do dia a dia. A insatisfação com a rotina de trabalho pode ser sinal de que as direções estão opostas.
Realizar o que amamos, fazê-lo bem,
entregar o que o mundo precisa e ser remunerado por isso é a "fórmula"
para chegar ao propósito de vida - ensinam especialistas
Segundo Patrícia Lisboa, ter propósito é querer e sentir prazer em fazer algo, tornando a realização importante não só para si, como para o outro. “Se não há prazer, não há motivação, algo intrínseco ao propósito de vida”, acrescenta a head trainer.
Treinamento
Pesquisadora do tema, professora, consultora em gestão empresarial com foco em cultura e transformação, Laydyane Ferreira criou um treinamento baseado na própria experiência, cujo objetivo é ajudar quem deseja encontrar-se.
Haru – como foi batizado –, é resultado de mais de 12 anos de pesquisa, autoconhecimento, cursos e clareza sobre missão. Com formação em autoliderança consciente, ela transmite conhecimentos com foco no propósito de vida e na ciência da felicidade.
“Propósito é o combustível emocional, mental, físico e espiritual que gera resultados e emoções positivas, trazendo felicidade e contribuindo para uma missão maior”, ressalta.
“Quando nos conectamos a ele, o sentimento de que vai faltar tende a ser menor. Deixe ir quem tiver que ir e viva pelos seus valores. É duro, sofrido, mas faz parte do caminho”, ensina a profissional.
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Algumas perguntas também podem ajudar a traçar o seu propósito de vida (escreva as respostas em um papel para organizar as ideias):
- Qual é a coisa mais importante na minha vida?
- Qual foi o maior obstáculo que já superei? Eu poderia ajudar outras pessoas a enfrentarem o mesmo obstáculo?
- Quem são as pessoas que mais admiro? E porque admiro tais pessoas?
- Quais são os assuntos que mais trazem empolgação?
- Quais são meus pontos fortes e fracos?
- Como me vejo daqui a 5, 10 anos?
- Qual foi a última atividade ou projeto em que eu mergulhei de cabeça e tive a sensação de me sentir satisfeito e orgulhoso(a)?
- O que eu mais lamento não ter feito na vida ainda?
Mini-entrevista com Laydyane Ferreira, pesquisadora sobre propósito de vida e criadora do Haru:
1- Em que medida, encontrar nosso propósito de vida exige autoconhecimento? Qual a relação entre uma coisa e outra?
Autoconhecimento é a base. Mas não existe autoconhecimento sem experiências, apenas no intelecto, entende? É preciso vivenciar algumas coisas para entender, na prática. Quem não pratica tem a falsa impressão de ser superior aos outros, de saber mais. Por isso, se sentir um chamado, atenda ele rapidamente. Autoconhecimento dá agilidade para agir, não pode se tornar bengala para não enfrentar nossos medos. Outro ponto importante na questão do autoconhecimento é que quando descobrimos nossos pontos fortes, geramos serotonina no corpo, forte aliada para a autoconfiança, para o engajamento e empoderamento.
2- Em algum momento deste caminho de descoberta é preciso abrir mão do que já temos, seja um emprego ou mesmo de uma amizade?
Esta é uma pergunta dura. Todo sim remete a um não em qualquer área de nossa vida. Viver pelo propósito não é largar tudo e ir morar na beira da praia (em alguns casos, sim). Propósito de vida está ligado à nossa consciência de sermos humanos e conectados com a terra, por isso, não é necessário abrir mão do emprego, mas se há choque de valores (o que vejo na maioria dos casos), há ruptura. O que gera felicidade são também os valores.
3- Como o Haru age nesta caminhada? De que forma ajuda quem está em busca a encontrar o próprio propósito e, consequentemente, a própria missão de vida?
O Haru é toda nossa compaixão pelo sofrimento das pessoas que não conseguem encontrar o próprio lugar no mundo, principalmente com foco nos dons e talentos. É também uma imersão de alto nível em inteligência emocional. Afinal, cuidar das emoções é início desta jornada.
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