Suzana Correa
O Globo
Entidades de defesa da imprensa criticaram nesta sexta-feira, dia 29, declaração do presidente Jair Bolsonaro de que pretende boicotar empresas que anunciam no jornal “Folha de S. Paulo”. Um dia antes, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) já haviam repudiado decisão do presidente de não incluir o jornal paulista em uma licitação do governo.
O vice-presidente da ABI, Cid Benjamin, disse, em nota, que a postura de Bolsonaro demonstra falta de compromisso com a democracia e a liberdade de expressão. “Depois de acenar com o corte da publicidade oficial em veículos que não rezem pela sua cartilha, agora (o presidente) fala em pressionar empresas privadas para que não anunciem em veículos cuja linha editorial não seja do seu gosto. Isso é coisa de aprendiz de ditador”.
BOICOTE – Para a Associação Nacional de Jornais, a postura do presidente o aproxima de desafetos políticos como a vice-presidente argentina, Cristina Kirchner. “É constrangedor ver o presidente da República do Brasil liderando uma campanha de boicote a um veículo de comunicação por uma questão pessoal. Nenhum chefe de Estado aplaude as críticas ou aprova sistematicamente a cobertura da imprensa livre sobre seus governos. O que os difere é como se comportam diante das contrariedades”, declarou a associação, que continuou:
“O presidente Jair Bolsonaro age de modo semelhante ao de Cristina Kirchner na Argentina, a quem tanto critica, e que desfechou durante seu governo uma campanha de boicote e perseguição ao jornal Clarín. A Presidência da República de uma nação democrática não pode se mover por impulsos, preferências ou favoritismos, mas sim pela impessoalidade que se espera do cargo”.
EXCLUSÃO – Na quinta-feira, Bolsonaro excluiu a “Folha” da licitação do governo para renovar assinaturas de veículos de mídia pela administração federal. O edital prevê gastos de R$ 194.393,64 para acesso digital de órgãos do governo a publicações como O GLOBO e Estado de S.Paulo. Em outubro, Bolsonaro já havia afirmado, via Facebook, que boicotaria o jornal e seus anunciantes.
“Não vamos mais gastar dinheiro com esse tipo de jornal. E quem anuncia na Folha presta atenção, tá certo?”, afirmou na ocasião.
Na manhã desta sexta-feira, o presidente reiterou as ameaças aos patrocinadores do jornal:
PERSEGUIÇÃO – “Eu não quero ler a `Folha´ mais. E ponto final. E nenhum ministro meu. Recomendo a todos do Brasil que não comprem o jornal Folha de S.Paulo. Até eles aprenderem que tem uma passagem bíblica, a João 8:32. A imprensa tem a obrigação de publicar a verdade. Só isso. E os anunciantes que anunciam na Folha também. Qualquer anúncio que faz na Folha eu não compro aquele produto e ponto final”, afirmou Bolsonaro em Brasília.
A advogada do jornal Folha de S.Paulo, Thais Gasparian, classificou o episódio como “mais um capítulo na escalada contra a imprensa”.
O Globo
Entidades de defesa da imprensa criticaram nesta sexta-feira, dia 29, declaração do presidente Jair Bolsonaro de que pretende boicotar empresas que anunciam no jornal “Folha de S. Paulo”. Um dia antes, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) já haviam repudiado decisão do presidente de não incluir o jornal paulista em uma licitação do governo.
O vice-presidente da ABI, Cid Benjamin, disse, em nota, que a postura de Bolsonaro demonstra falta de compromisso com a democracia e a liberdade de expressão. “Depois de acenar com o corte da publicidade oficial em veículos que não rezem pela sua cartilha, agora (o presidente) fala em pressionar empresas privadas para que não anunciem em veículos cuja linha editorial não seja do seu gosto. Isso é coisa de aprendiz de ditador”.
BOICOTE – Para a Associação Nacional de Jornais, a postura do presidente o aproxima de desafetos políticos como a vice-presidente argentina, Cristina Kirchner. “É constrangedor ver o presidente da República do Brasil liderando uma campanha de boicote a um veículo de comunicação por uma questão pessoal. Nenhum chefe de Estado aplaude as críticas ou aprova sistematicamente a cobertura da imprensa livre sobre seus governos. O que os difere é como se comportam diante das contrariedades”, declarou a associação, que continuou:
“O presidente Jair Bolsonaro age de modo semelhante ao de Cristina Kirchner na Argentina, a quem tanto critica, e que desfechou durante seu governo uma campanha de boicote e perseguição ao jornal Clarín. A Presidência da República de uma nação democrática não pode se mover por impulsos, preferências ou favoritismos, mas sim pela impessoalidade que se espera do cargo”.
EXCLUSÃO – Na quinta-feira, Bolsonaro excluiu a “Folha” da licitação do governo para renovar assinaturas de veículos de mídia pela administração federal. O edital prevê gastos de R$ 194.393,64 para acesso digital de órgãos do governo a publicações como O GLOBO e Estado de S.Paulo. Em outubro, Bolsonaro já havia afirmado, via Facebook, que boicotaria o jornal e seus anunciantes.
“Não vamos mais gastar dinheiro com esse tipo de jornal. E quem anuncia na Folha presta atenção, tá certo?”, afirmou na ocasião.
Na manhã desta sexta-feira, o presidente reiterou as ameaças aos patrocinadores do jornal:
PERSEGUIÇÃO – “Eu não quero ler a `Folha´ mais. E ponto final. E nenhum ministro meu. Recomendo a todos do Brasil que não comprem o jornal Folha de S.Paulo. Até eles aprenderem que tem uma passagem bíblica, a João 8:32. A imprensa tem a obrigação de publicar a verdade. Só isso. E os anunciantes que anunciam na Folha também. Qualquer anúncio que faz na Folha eu não compro aquele produto e ponto final”, afirmou Bolsonaro em Brasília.
A advogada do jornal Folha de S.Paulo, Thais Gasparian, classificou o episódio como “mais um capítulo na escalada contra a imprensa”.
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