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| O condenado no Nordeste: gatos pingados. |
Se conta com o apoio do exército do Stédile e das tropas de Boulos, o ex-presidiário pode esperar sentado, ironiza Augusto Nunes:
Assim que escapou da cadeia, o ex-presidente Lula ordenou a seus
discípulos que reprisassem no Brasil os violentos protestos que agitam o
Chile. Em seguida, partiu para o Nordeste decidido a mostrar que
continua liderando o campeonato nacional de popularidade. Faltou
combinar com o povo. Medida pelas réguas do presidente Jânio Quadros e
do senador Antônio Carlos Magalhães, dois doutores em ciência eleitoral,
a excursão liderada pelo ex-presidiário foi um fiasco.
Jânio dizia que, para juntar 5 mil pessoas, bastaria sentar-se no
Viaduto do Chá e ficar 5 minutos espancando uma lata. ACM considerava um
fracasso qualquer comício que não atraísse ao menos dois pipoqueiros.
As aparições de Lula registraram a média de mil espectadores. Com essa
freguesia, era previsível que nenhum pipoqueiro fosse visto nas andanças
nordestinas de Lula.
Decidido a consolidar a polarização com o presidente Jair Bolsonaro, o
chefão do PT aproveitou o encontro nacional do partido para reiterar
que logo o Chile será aqui. Vai reiniciar a caravana, e pretende
engrossá-la com a mobilização dos chamados “movimentos sociais”. Se
conta com o apoio do MST e do MTST, melhor esperar sentado. Desde o
início do governo Bolsonaro, tanto o exército de João Pedro Stédile
quanto as tropas de Guilherme Boulos suspenderam a ofensiva contra o
direito de propriedade.
Bolsonaro prepara o envio ao Congresso de medidas concebidas para
apressar o cumprimento de mandados de reintegração de posse que,
expedidos pelo Judiciário, são ignorados por governadores cúmplices dos
invasores de propriedades rurais. Embora bem-vinda, a providência talvez
seja desnecessária. “Por falta de condições políticas”, segundo
Stédile, o MST entrou em recesso há meses. O número de invasões
registradas neste ano não chega a dois dígitos. Passaram de 100 durante o
“abril vermelho” de 2012.
Entre 1926 e 1930, por tratar como caso de polícia o que era uma
questão social, o presidente Washington Luís antecipou a chegada da
senilidade à República Velha, enterrada sem honras pela Revolução de
1930. Os líderes do incipiente movimento operário apresentavam
reivindicações elementares. Não mereciam cadeia. Mereciam de Washington
Luís mais atenção.
Entre 2003 e 2016, por tratarem como questão social o que é um caso
de polícia, Lula e Dilma retardaram a chegada à maioridade da democracia
brasileira. Os chefes de bandos criminosos fantasiados de “movimentos
sociais” berravam (e ainda berram) exigências tão sensatas quanto a
restauração da monarquia. Não mereciam a atenção de Lula e Dilma.
Mereciam cadeia.
Sempre mereceram, sugerem os prontuários das siglas que mantêm
desfraldadas bandeiras arriadas pelo mundo civilizado desde a queda do
Muro de Berlim. É o caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra. Nascido há 35 anos, jamais criou juízo. Criança problemática
desde o primeiro vagido, virou delinquente juvenil e, adulto, tornou-se
um fora da lei incurável.
As anotações na folha corrida incluem invasões de fazendas
produtivas, ataques a prédios públicos, depredação de residências,
destruição de lavouras, equipamentos e laboratórios, agressões físicas e
outras formas de revogação do direito de propriedade. Tudo isso em nome
de uma reforma agrária que não desejam e não virá.
Eles clamam por mudanças na paisagem rural por nelas enxergarem o
começo da gestação do paraíso comunista. Os militantes acampados em
barracas de lona preta já se teriam transformado em lavradores se
tivessem genuíno interesse pela vida de agricultor e alguma intimidade
com as coisas do campo.
Não têm nem uma coisa nem outra. Se tentasse manusear uma foice, o
chefe João Pedro Stédile entraria para a História como o primeiro
revolucionário a decepar a própria cabeça. Se resolvesse acompanhar o
general com uma enxada, qualquer subordinado se arriscaria a amputar o
pé. É natural que todos prefiram estudar marxismo ou rezar ajoelhados
sob o pôster de Guevara.
Enquanto o governo do PT garantiu comida e impunidade, o MST lutou
sem sobressaltos pelo extermínio do estado democrático de direito. Com o
sumiço da mesada federal, foram-se a insolência mascarada de ousadia e a
discurseira beligerante. O “exército do Stédile” só continua existindo
na cabeça de Lula e no falatório amalucado de Dilma. Antes que houvesse
uma batalha real, o general de galinheiro optou pela rendição desonrosa.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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