Charge do Genildo (extrapauta.com)
Uma reportagem de Luciana Dyniewicz, O Estado de São Paulo de domingo, destaca que os investidores estrangeiros estão aguardando a ampliação do consumo brasileiro para voltarem a aplicar capital em nosso país. A reportagem está dividida em dois blocos distintos, ocupando páginas diferentes mas com o mesmo vértice da questão essencial da participação estrangeira na economia do Brasil.
O primeiro bloco revela inclusive que no espaço de um ano de 2018 a 2019 a participação dos investidores esternos diminuiu sensivelmente.
NA BOVESPA – Houve redução do capital estrangeiro na Bolsa de Valores quase da ordem de 50%. No final de 2017 a presença na Bovespa recuou de 52 bilhões de reais para 30 bilhões. O processo de recuperação, entretanto, ainda não se fez sentir como um dos reflexos da reforma da Previdência Social. Esse resultado preocupa o Ministério da Economia, uma vez que o atual governo é marcadamente liberal no que se refere a gestão econômica.
De qualquer forma, embora seja muito curto o prazo entre a reforma da Previdência e seu reflexo na estrutura econômica brasileira, a questão essencial permanece a mesma: quando o país conseguirá reverter a retração predominante na capacidade que o povo tiver para consumir mais do que atualmente está consumindo.
Na minha opinião não será fácil, pois a tendência que prevalece é voltada para comprimir a receita proveniente dos salários.
ARROCHO SALARIAL – Da mesma forma que os investidores estrangeiros aguardam um crescimento econômico, os assalariados brasileiros estão sentindo dificuldade em vencer o obstáculo que isola seus vencimentos diante da inflação, inclusive a divulgada pelo IBGE. Portanto, a preocupação é dupla, mas o temor é o mesmo: preocupação com a queda progressiva do consumo está prevalecendo no universo econômico e social.
Entretanto, o segundo bloco da reportagem a que me refiro destaca o processo de ampliação do crédito bancário e do mercado de trabalho com a redução do desemprego. Com base nessa perspectiva os capitais externos estão aguardando uma nova projeção do produto interno brasileiro.
O PIB do Brasil oscila em torno de 6,6 trilhões de reais, porém o endividamento do governo subiu nos últimos meses para 5,4 trilhões de reais.
EMPREGO FORMAL– A queda do desemprego formal está ocorrendo, porém é preciso considerar que no momento atual os reempregados acabam tendo de aceitar salários menores. Assim o avanço do emprego nem sempre é acompanhado de um crescimento da renda de todos os trabalhadores.
Para 2019, penso eu, não haverá tempo para um avanço rápido da economia, porque o mercado de consumo ainda se encontra traumatizado pela perda de postos de trabalho. Uma alternativa, segundo a reportagem, encontra-se na expansão do crédito, mas este caminho é extremamente perigoso, pois pode fazer crescer também o endividamento e a inadimplência.
Os exemplos desse processo sinuoso estão aí para quem quiser ver.
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