Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil
Paulo Guedes
Uma reforma tributária que unifique todos os tributos indiretos
federais, estaduais e municipais sobre bens e serviços tem o apoio de
68% dos parlamentares, de acordo com levantamento da consultoria
Prospectiva. A oposição a essa proposta, muito próxima das discussões
que ocorrem hoje na Câmara e no Senado, é de 26%. Os outros não sabem ou
não responderam. A substituição da tributação sobre a folha de
pagamentos por um imposto sobre movimentações financeiras, como a antiga
CPMF, por outro lado, é rejeitada por 60% e apoiada por 29% dos
entrevistados. Essa é uma hipótese defendida pelo ministro da Economia,
Paulo Guedes, mas que já foi descartada pelo presidente Jair Bolsonaro
(PSL).O fim de todos os tributos e sua troca pelo imposto único sobre movimentações financeiras tem menos resistências: 53% são contra e 38% a favor. A tributação de dividendos, a criação de um imposto verde sobre carbono e de uma taxa para serviços digitais de grandes empresas de tecnologia são apoiadas por cerca de 50% dos parlamentares e têm rejeição em torno de 40%. Esses temas aparecem como sugestões de parlamentares nas emendas aos textos que tramitam na Câmara e no Senado.
O levantamento faz um recorte sobre a posição de cada bancada, apenas na Câmara. O apoio ao novo tributo sobre o consumo é maior entre deputados que se dizem da “base condicionada” do governo (74%), o que inclui o chamado “centrão”, e de oposição (68%) do que entre os da base aliada de fato (63%). Partidos do “centrão” são os responsáveis pela apresentação e relatoria da proposta da Câmara.
A substituição da tributação da folha pela CPMF tem apoio na base bolsonarista na Casa (47% a favor e 35% contra), mas não entre a “base condicionada” (44% a favor e 50% contra) e a oposição (27% a favor e 70% contra). Na pesquisa, foram ouvidos 196 deputados federais e 21 senadores (37% dos parlamentares), sendo parte das consultas por telefone, com amostra proporcional ao tamanho das bancadas partidárias, de 3 a 13 de setembro. A margem de erro é de 5%, e o intervalo de confiança, de 95%. Quando confrontados com detalhes selecionados das propostas em tramitação, uma parcela dos parlamentares entrou em contradição.
Folha de S.Paulo
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