sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum


Hoje, quando Kim Kataguiri, do DEM, encaminhou um pedido oficial de desculpas ao presidente francês pelas 'ofensas’ de Jair Bolsonaro ao nobre comunista defensor da 'sua’ Amazônia, de repente se uniu a Paulo Coelho em espírito e ideologia, já que o ilustre 'mago das letras' fez o mesmo.
Ambos se desdobraram em perdões a Macron sem serem chamados.
Quem conhece - e gosta - de literatura já sabe bem que o mágico Paulo Coelho é mais marqueteiro do que escritor.
Ou, no mínimo, um escritor duvidoso.
Kataguiri (e seu MBL) - para os que acompanham a tresloucada política brasileira - parece da mesma forma ser um político duvidoso.
E marqueteiro.
Daqueles - tipo Dória - que são especialistas em salto em trampolim para dar um up na própria carreira e vivem saltando de lá pra cá, de acordo com sua conveniência e não sua capacidade, igualmente duvidosa.
Ambos, ao comentarem a ‘grosseria’ de Bolsonaro e se curvar em salamaleques ao francês, se esquecem magicamente das ’grosserias’ cometidas por toda a imprensalha (mundial e brasileira), que são infinitamente mais ofensivas.
Como a fala de Macron que chama Bolsonaro de mentiroso na cara dura.
Como a matéria do Libération, francês, que chama o governo brasileiro de 'escravocrata’, 'criminoso’ e de compactuar com 'assassinos do agronegócio'.
Como a escrota matéria do folhetim veja que escarafunha o passado de Michelle e expõe ao mundo sua mãe e sua avó de forma vergonhosa e inútil.
Nada disso interessa a quem tem por costume lamber sapatos para se dar bem.
De uns tempos pra cá, o país parece estar recheado de políticos e personalidades duvidosas.
Infelizmente pra eles, não há mais como esconder a verdadeira cara.
Ou intenção.
No caso de Kim e Paulo Coelho, como diria minha sábia avó, a intenção está mesmo na cara.

Marco Angeli Full

Artista plástico, publicitário e diretor de criação.

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