quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Bolsonaro nega que seja seu o pronunciamento que Onyx passou para Camarotti


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Onyx mandou informação e Camarotti transmitiu a notícia 
Pedro do Coutto
No meio da tempestade sobre a Amazônia envolvendo diretamente os presidentes Bolsonaro e Emanuel Macron, marcada por afirmações, ataques recíprocos, desafios e confirmações, além de versões projetadas nas telas de televisões, a meu ver aconteceu um episódio que se destaca por sua singularidade. Trata-se de uma manifestação atribuída ao governo, passada ao jornalista Gerson Camarotti, segunda-feira na GloboNews.
No meio do programa conduzido por Marcelo Cosme, em determinado momento Camarotti leu mensagem enviada por Onyx Lorenzoni, que ressaltava uma resposta ao governo de Paris.
NOTRE DAME – Chamou atenção o fato de o documento em tom agressivo ter sustentado que o presidente da França se preocupava com a Amazônia, esquecendo o incêndio que atingiu a igreja de Notre Dame, às margens do Sena, cenário de uma grande obra de Victor Hugo. Mas esta é outra questão.
Brasília e Paris adormeceram em meio ao fogo cruzado das palavras. Mas amanheceram de forma diferente.  Ao sair do Alvorada, no encontro matinal com jornalistas, uma nuvem de perguntas terminou irritando Bolsonaro, principalmente as perguntas a respeito da matéria envolvendo as duas primeiras damas. “Questões de família não respondo”, disse ele.
APOIO DO G7 – E também o incomodaram perguntas em torno da aceitação ou recusa do apoio financeiro anunciado pelo Grupo dos 7 para bloquear quaisquer ações contra a floresta Amazônica. Evidente, devo frisar, que Camarotti cumpriu seu papel de repórter e analista. Se houve falha na comunicação, esta deve ser creditada ao chefe da Casa Civil.
Reportagem de O Globo, assinada por Jussara Soares, Eliane Oliveira, Daniel Gullino e Fernando Eichenberg, focalizou o tema na edição de ontem. Bolsonaro encerrou a entrevista visivelmente irritado.
E NA DIPLOMACIA… – A controvérsia permanece especialmente no meio diplomático. O embaixador do Brasil em Paris também apresentou a versão do governo brasileiro em uma entrevista em Paris. Deve se lembrar que há uma diferença de fuso horário da ordem de quatro horas, portanto quando aqui são nove lá já são treze horas.
A todo esse desenrolar temos de acrescentar mais um lance contraditório: o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou ao Globo que sua visão pessoal não é a mesma assumida por Onyx Lorenzoni.
Como se vê há uma onda de versões, principalmente no lado brasileiro. Há sinais de comédia, que me lembram o filme “As Grandes Manobras” do genial diretor francês René Clair.     

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