segunda-feira, 3 de junho de 2019

Redução do combustível não chega às bombas


A Petrobras anunciou, na última sexta-feira a redução de 7,2% no litro da gasolina e 6% do diesel, no entanto, nos postos o valor permanece o de antes

Tribuna da Bahia, Salvador
03/06/2019 11:33 | Atualizado há 6 horas e 11 minutos
   


Por Lício Ferreira
“Se fosse para reajustar os preços dos combustíveis os donos de postos já teriam autorizado aos seus gerentes e frentistas. Como é para reduzir, eles não são tão imediatos para determinar esta ação”. Esta reclamação foi ouvida de alguns baianos entrevistados pela reportagem da Tribuna da Bahia, na tarde deste domingo, entre a Arena Fonte Nova e a Sete Portas.
Na noite da última sexta-feira 31, a Petrobras anunciou a redução nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias. A gasolina teve uma redução de 7,2% (R$0,1399 por litro e o diesel, de 6% R$0,1383, no valor médio às distribuidoras no Pais). O novo preço passou a valer a partir da meia noite de sábado 01.
O preço praticado ao consumidor é composto por três parcelas: realização do produtor ou importador, tributos e margens de comercialização. Nos postos visitados pela reportagem da TB os preços estavam assim tabelados: Posto Sete Portas - gasolina R$ 4.470 e diesel R$ 3.560; Posto BR – gasolina R$ 4.490 e diesel R$4.030; enquanto no Posto Menor Preço, que vende apenas gasolina e etanol esta custava R$ 4.440.
Frentistas
Para os frentistas, a resposta sobre a redução dos preços dos combustíveis eram sempre as mesmas. “Ainda não temos nenhuma orientação a dar ao consumidor. Possivelmente amanhã (segunda) teremos noticias novas”, repetiram o texto como se cada um houvesse decorado o outro.
No posto das Sete Portas, o frentista fez apenas uma colocação a mais: “Vamos seguir a orientação do nosso concorrente Menor Preço. Se eles baixarem lá, a gente abaixa o nosso preço aqui. Senão, continua tudo no mesmo”. No Posto BR, próximo da Arena Fonte Nova, o frentista também sinalizou: “É possível que a redução seja anunciada nesta segunda. Mas não tenho nenhuma outra informação”.
Clientes
Motorista de Taxi, Bento Rodrigues dos Santos eram um dos que estavam decepcionados por não encontrar preços reduzidos no posto Menor Preço, ao lado da Tribuna da Bahia. “Geralmente eu coloco, diariamente, R$50 reais de combustiveis. Hoje, que estou indo pra casa, resolvi colocar R$100, sendo R$ 80 de gasolina e R$20 de álcool. Com esta quantidade vou rodar segunda e terça-feira, tranquilamente”, afirma.
Enfermeira Gleice Ferreira no Posto BR disse ter expectativa que a redução dos preços da gasolina aconteça logo. “É importante para nós consumidores qualquer centavo a menos. Se a Petrobras tivesse aumentado os valores, eles, os donos dos postos, já teriam aumentado os preços nas bombas”, sintetiza. Já Joselito Joaquim dos Reis se posicionou de forma veemente contra a demora na redução dos preços e aproveitou para criticar o governo por não ter posição uniforme nos atos administrativos.
“Eles vivem batendo cabeça. O que falam não se concretizam. Tudo está numa escalada constante de aumento e o pior, até quando eles resolvem proporcionar uma boa medida para os brasileiros, a gente percebe que não  há sintonia”, finaliza.
Commodities
Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo. O preço considera uma margem que cobre os riscos (como volatilidade do câmbio e dos preços). A gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras são diferentes dos produtos no posto de combustíveis.
Por outro lado, o preço de venda às distribuidoras não é o único determinante do preço final ao consumidor. Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final, que incorpora tributos e repasses dos demais agentes do setor de comercialização: distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis, entre outros.

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