O MPF (Ministério Público Federal) deu dez dias para que o MEC
(Ministério da Educação) cancele a nota oficial em que afirma que
professores, servidores, funcionários, alunos e até mesmo pais e
responsáveis “não são autorizados a divulgar e estimular protestos
durante o horário escolar”. A Procuradoria recomenda que o ministro da
Educação, Abraham Weintraub, “abstenha-se de cercear a liberdade” da
comunidade estudantil. A recomendação foi encaminhada ao MEC nesta
sexta-feira (31). Na quinta, ao menos 22 estados e no Distrito Federal
registraram manifestações contra os bloqueios de recursos na área da
educação -no dia 15, houve atos em mais de 200 cidades. Divulgado na
tarde quinta, o texto do MEC indicou que a população denunciasse à
ouvidoria do MEC casos de promoção das manifestações. A publicação
permanece ativa no site da pasta na noite desta sexta. Além de
recomendar o cancelamento da divulgação do texto, o MPF pede que o MEC
realize retratação pública quanto à publicação. O MPF recomenda que o
ministro Weintraub “abstenha-se de cercear a liberdade dos professores,
servidores, estudantes, pais e responsáveis, pela prática de
manifestação livre de ideias e divulgação do pensamento nos ambientes
universitários, de universidades públicas e privadas e Institutos
Federais, incluindo análise, divulgação, discussão ou debate acerca de
atos públicos”. A recomendação é assinada conjuntamente pela
Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e pela Procuradoria
Regional dos Direitos do Cidadão do Rio Grande do Sul. No texto, os
procuradores Deborah Duprat e Enrico Rodrigues de Freitas argumentam que
a iniciativa do MEC fere a Constituição, a LDB (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação) e também a Convenção Americana sobre Direitos Humanos
(Pacto de San José da Costa Rica).
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