sábado, 1 de junho de 2019

Guedes, homem do liberalismo, defende intervenção estatal para elevar consumo


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Guedes logo vai se tornar adepto das teses clássicas de Keynes
Pedro do Coutto
O Ministro Paulo Guedes, forte defensor do neoliberalismo, afirma que o remédio para incentivar o consumo pode ser a liberação de recursos do FGTS num montante de 22 bilhões de reais. É curiosa essa iniciativa, partindo de um especialista que rejeita a intervenção do Estado como instrumento de fomento do consumo. Os repórteres Daiane Costa e Gabriel Martins, edição de ontem de O Globo, focalizam o assunto, acentuando que os recursos existentes hoje no FGTS somam 525 bilhões de reais. A matéria foi revelada com destaque também pela Folha e pelo Estadão. Na FSP, o texto foi assinado por Érica Fraga, Anais Fernandes e Alexia Salomão.
Sinal de alerta, portanto na, nave da economia, decorrência da queda de 0,2% do PIB, um recuo agravado – digo eu – pelo crescimento da população.  Dessa forma, o recuo torna-se maior e mais significativo porque eleva-se ao índice negativo de 1,2%, porque a renda per capita resulta da divisão do Produto Interno Bruto pelo número de habitantes, que aumenta 1% ao ano.
MAIS PRESSÕES – O panorama encontra-se mais denso, o que faz com que aumente a pressão do governo para aprovar reformas, especialmente a da Previdência Social. A meu ver, a reforma da Previdência apresenta-se como um fenômeno multilateral capaz de promover uma reação no processo econômico.
O processo econômico destaca uma redução de 0,1% no comércio, de 0,7% na indústria , fatores suavizados em seu efeito pelo consumo das famílias na escala de 0,3%. Os dados que iluminam o plano da observação são originais de pesquisa do IBGE.
Relativamente à liberação de contas ativas do FGTS, o Ministro Paulo Guedes disse que o governo está estudando a liberação projetada pela equipe dele e que se torna um ponto na luta pela retomada do desenvolvimento econômico brasileiro.
CULPA DE QUEM? – Os economistas da equipe de Paulo Guedes culpam, como causa da deterioração das expectativas pela difícil relação entre os poderes Executivo e Legislativo. Todos esses aspectos conduzem a um tempo de urgência para o equacionamento das expectativas. Isso porque estabeleceu-se um clima de desconfiança entre os dois poderes.  Resulta disso tudo, segundo Luis Fernando Assis, ex-diretor do Banco Central, frisando que um dos caminhos para a recuperação pode ser tanto a liberação de saques no FGTS quanto o corte dos juros bancários. Entretanto nem tudo pode ser resolvido com base na confiança.
Assim o processo econômico passa para uma nova fase. É a segunda etapa do projeto Paulo Guedes.  Vamos esperar os próximos passos e os próximos efeitos da batalha parlamentar em torno da reforma previdenciária.

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