A Venezuela acusou o presidente Jair Bolsonaro e outras
11 autoridades internacionais de agir de “forma intervencionista e
criminosa” durante o levante convocado pelo líder da oposição à ditadura
de Nicolás Maduro, Juan Guaidó, na terça (30). A tensão permanece nas
ruas de Caracas nesta quarta (1º). “Os eventos não foram nada mais do
que uma operação midiática de desestabilização apoiada na cumplicidade
imediata de forças externas”, disse, em nota aos Estados-membro da ONU
(Organização das Nações Unidas), a representação venezuelana na
entidade. Ela então lista os presidentes do Brasil, Colômbia, Argentina,
Paraguai, Equador e Panamá, o chanceler canadense, o presidente do
Parlamento Europeu e o secretário-geral da Organização dos Estados
Americanos, além dos políticos norte-americanos Mike Pompeo (secretário
de Estado), John Bolton (conselheiro de Segurança Nacional) e Marco
Rubio (senador). Segundo o embaixador Samuel Moncada, signatário da
nota, essas autoridades estimularam publicamente militares venezuelanos a
seguir o chamado de Guaidó e derrubar Maduro, além de ameaçar
abertamente usar a força -caso dos americanos. Para o venezuelano, a
atitude configura violação do direito internacional e da Carta da ONU.
Para os críticos, tais parâmetros inexistem desde que a ditadura de
Maduro se consolidou em 2017, quando o então presidente interveio no
Judiciário e no Legislativo, além de instalar uma Constituinte formada
por simpatizantes do chavismo. Com exceção da aliada Bolívia e do neutro
Uruguai, todos os países sul-americanos pedem a saída de Maduro e
apoiam Guaidó em seu pleito de ocupar interinamente a Presidência, até
realização de novas eleições. Os EUA são os grandes fiadores do grupo,
enquanto Rússia e China lideram o apoio a Maduro. O Brasil mantém
relações diplomáticas com a Venezuela, apesar de reconhecer Guaidó como
presidente interino. Um dos principais canais de comunicação entre os
países é a área militar: as três Forças têm adidos em Caracas, e eles
estão em plena atividade desde o agravamento da crise.
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