quinta-feira, 30 de maio de 2019

Pacto entre os Poderes é fortíssimo candidato à Piada do Ano e faz lembrar Pelé



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Charge do Ricardo Welbert (Arquivo Google)
Carlos Newton
Já estamos no final de maio e as inscrições se multiplicam para o disputadíssimo concurso da Piada do Ano. O presidente Bolsonaro não chegou nem entre os finalistas no ano passado, mas agora está disposto a arrasar os demais concorrentes, com o Pacto entre os Poderes da República.
CONSAGRAÇÃO – Embora a ideia original não seja dele, a simples adaptação pode consagrá-lo. Todos os ditadores do mundo, sem exceção, desfrutaram de pactos com os três poderes, que passaram a funcionar como um só. Não há nenhum novidade nisso.
A diferença é que Bolsonaro decidiu adaptar a ideia para regime democrática, numa inovação capaz de surpreender o mundo, suplantando o feito da então presidente Dilma Rousseff, na Assembleia-Geral da ONU, quando abordou o revolucionário sistema de estocagem do vento.
HÁ DIFERENÇAS – Bolsonaro é um fenômeno diferente de Dilma, porque se cercou de um núcleo duro de grande respeitabilidade e capacidade de trabalho. Seu maior erro foi escolher um economista da ultrapassada escola de Chicago que estava até moralmente impedido de assumir cargo público, por ter usado uma de suas empresas para lucrar em cima do prejuízo de fundos de pensão.
Paulo Guedes começou a ser investigado pelo Ministério Público Federal no ano passado, antes das eleições. A primeira denúncia foi feita pela Funcex (Caixa Econômica Federal) e depois foi divulgado uma relatório pesado contra ele, feito pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).  
O Tribunal de Contas da União (TCU) já abriu processo para investigar fraudes em operações feitas por um empresa de Guedes, envolvendo fundos de pensão. Mesmo assim, Bolsonaro decidiu mantê-lo, mas já não tem o mesmo prestígio. Quando as investigações avançarem no inverno, a imagem de Guedes vai cair abaixo de zero.
IGUAL A PELÉ – Voltando ao pacto entre os três Poderes que Bolsonaro está propondo, ao que parece o presidente da República quer repetir a performance única de Pelé, que venceu por antecipação o mais importante concurso esportivo mundial.
O prestígio do craque brasileiro era tamanho que ele foi eleito “Atleta do Século” em 1979, ainda faltando 21 anos para o século acabar. Jornalistas que representaram as mais importantes publicações de esportes do mundo escolheram Pelé. Em segundo lugar ficou o velocista norte-americano Jesse Ownes, quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim, e o terceiro colocado foi o lendário ciclista belga Eddy Merchx.
Agora o próprio presidente da República tenta repetir a façanha de Pelé, lançando uma Piada do Ano no final de maio, ainda faltando sete meses para o julgamento das anedotas. Bolsonaro tem fé no seu taco. Sabe que dificilmente alguém arranjará uma piada tão arrebatadora quanto esse pacto entre poderes.
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