quarta-feira, 1 de maio de 2019

O Brasil não pode seguir refém de amadores


Paulo Roberto Sampaio

Tribuna da Bahia, Salvador
29/04/2019 23:57
   


O ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, brindou os brasileiros na noite de domingo, com uma promessa ou seria um vaticínio que nos faz crer numa semana de alívio, com menos turbulência no campo político, ao menos no entorno do presidente Jair Bolsonaro. A reunião que teve de quase uma hora com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, (DEM-RJ), seria a senha para isso.
Otimismo e ânimo parecem não faltar a Onyx, embora os radares instalados ao redor do presidente não captem essa calmaria tão apregoada. Bolsonaro se convenceu de que, gostando ou não de Maia, é com ele que deve conduzir os próximos passos da reforma na Câmara e esse clima bélico instituído nos últimos tempos, por obra de seu filho 02 e do filósofo e guru Olavo de Carvalho, em nada contribui para o bom andamento do processo.
Os dois, em lugar de ajudar, alimentam crises, desidratando as energias do Planalto e expondo o presidente a situações difíceis e bem delicadas.
Por isso, a frase cunhada pelo ministro Onyx Lorenzoni de que "daqui para frente é vida nova" teve um efeito efetivamente revigorante, mesmo que o clima siga de desconfiança, ainda mais com a ponta de desconfiança que ele mesmo lança:  "A gente sabe que tem um escorregãozinho para lá, outro para cá. Mas a reunião foi muito boa, os dois reabriram um canal de conversação direta."
Clima tão amistoso entre os dois presidentes Onyx que ambos pretendem assistir, juntos, a um jogo de futebol. "Estão até combinando de assistir juntos um jogo do Palmeiras ou do Botafogo." Bolsonaro é palmeirense e Maia, botafoguense. Problema é como o chefe da torcida de Bolsonaro vai conduzir esse clima até lá.
Onyx disse que o governo mantém a previsão de aprovar ainda neste semestre a proposta de mudanças nas regras da aposentadoria e até acena com ganhos imediatos no campo econômico, em especial na geração de empregos, embora na linha direta os dois fatores não se misturem. Problema é realmente manter o clima saudável e sem novos conflitos gerados em casa, a contaminar o ambiente político.
Na pauta, se realmente quer correr atrás do tempo perdido, o que deve predominar daqui para frente, afora a nova Previdência, é dar sequência na faxina moral que se lançou a fazer desde os primeiros dias de gestão, exorcizando paranóias que parecem povoar a mente desses gurus e integrantes do clã familiar, que mais atrapalham que ajudam.
Na educação, por exemplo, fala-se de tudo, até em desidratar os cursos de filosofia e sociologia ou de como ensinar os homens a lavar o pênis, menos numa política séria para o setor. O entra e sai na pasta a fez navegar como um barco a deriva, com um motor parado e o outro a fazer o barco navegar dando voltas.
Para reforçar a confiança de que esta será uma semana diferente, Onyx confirmou que até quinta será editada a Medida Provisória da Liber

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