quarta-feira, 3 de abril de 2019

Previdência privada perdeu 224 mil participantes em 2018


A captação entre os clientes ativos também caiu mais de 30% em relação a 2017

Tribuna da Bahia, Salvador
03/04/2019 12:55 | Atualizado há 6 horas e 51 minutos
   
Foto: Reprodução

Por Lício Ferreira
O setor de previdência privada aberta amargou em 2018 uma perda de 224 mil participantes, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) que mostram, ainda, que o ano passado terminou com 13,1 milhões de contribuintes em fundos privados. Além da saída das pessoas do sistema, a captação entre os clientes ativos também caiu mais de 30% em relação a 2017.
A contração do setor é explicada por dois fatores principais: a queda do juro básico no país, que diminuiu a atratividade do segmento, e a instabilidade gerada pelas eleições. “Essa retração foi observada no comportamento das pessoas físicas e nos planos empresariais. O setor privado também viu a captação líquida (diferença de depósitos e resgates) diminuir pelo segundo ano consecutivo. Foram R$ 39,5 bilhões, cifra 30,64% inferior a de 2017 , menor patamar desde 2013, quando o setor sentiu o impacto da volatilidade no mercado financeiro
Crescimento
Segundo o ‘O Estado de São Paulo’, que divulgou a informação,  no ano passado o desemprego não teve a melhora que se apontava. “Foi um ano eleitoral com uma série de incertezas e a economia ainda com uma recuperação muito lenta”. Já o executivo Jorge Nasser, que assumiu a presidência da FenaPrevi, no mês passado, para o triênio entre 2019 e 2021, acrescentou: “O sistema como um todo se mostrou resiliente frente a este cenário, com reservas crescentes",
O executivo, que dirige a Bradesco Previdência, disse ainda que apesar da queda na captação líquida, as reservas dos planos de previdência privada aberta cresceram 10,54% no ano passado frente a 2017, totalizando R$ 836 bilhões. “Nos últimos cinco anos, este saldo apresentou expansão em média 12% ao ano. A boa notícia, que deve se estender para 2019,  é o maior apetite por risco das pessoas que detêm planos de previdência em uma ofensiva para obter retornos melhores e compensar a queda dos juros no país, cuja tendência é de estabilidade em 6,5% ao ano em 2019 e 2020”, destacou.
Coberturas
Para quem pensa no futuro e está atento às movimentações do governo federal na reforma da Previdência (INSS) a sugestão é que adote uma solução de longo prazo durante o transcorrer da vida laboral, ou seja, vá formando devagarinho um patrimônio cujo valor possa, no momento oportuno, atender suas primeiras  necessidades. O ideal é acumular uma poupança e também participar de programas privados de caráter previdenciário.
Esses planos de benefícios de Previdência Complementar Privada, do segmento aberto, independentemente do tipo de cobertura que ofereçam, podem ser contratados de forma individual ou coletiva, cabendo o custeio, no primeiro caso, exclusivamente à pessoa física contratante.
Por exemplo, um jovem no início de sua carreira profissional e ainda com limitados rendimentos, deveria ter em vista dois propósitos: dar início à formação de um patrimônio destinado a financiar, direta ou indiretamente, a futura complementação do valor do benefício de sua aposentadoria pela previdência pública, ou para fazer frente ao custeio de projetos pessoais futuros.
Oportunidade
Outro aspecto importante a ser observado, por essas pessoas que pensam no amanhã, tendo em vista a atual situação do Brasil, diz respeito às relações de trabalho com vínculo empregatício ou de forma autônoma, neste último caso, considerada também a hipótese da informalidade. O vínculo empregatício pode proporcionar ao indivíduo a oportunidade de adesão a um plano de caráter previdenciário coletivo, contratado pela empresa empregadora em favor dos dirigentes e empregados.
Os autônomos – e os empregados de empresas que não oferecem esse tipo de programa previdenciário -, por sua vez, têm a oportunidade de se filiar a planos individuais – também comercializados por sociedades seguradoras e entidades abertas de previdência complementar – ou a planos coletivos averbados, tendo como contratantes sindicatos ou associações de classe, representativos de determinada categoria profissional ou empresarial.
Em ambos os casos, o custeio ocorrerá, exclusivamente, às suas próprias expensas, com a vantagem, no caso da contratação coletiva, da negociação em grupo e a consequente oportunidade de menores custos.
Sempre atenta aos movimentos de mercado, a FenaPrevi pretende finalizar detalhes das novas famílias de planos PGBL e VGBL, que trarão maior flexibilidade para os participantes do sistema e podem começar a ser distribuídos já este ano de 2019. “Com esta inovação, o participante poderia rever a modalidade de recebimento dos benefícios qualquer tempo, o que fará grande diferença neste momento em que as pessoas seguem ativas mesmo após a aposentadoria”, finaliza Jorge Nasser.

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