terça-feira, 2 de abril de 2019

Conselheiro nomeado por Moro já associou homossexualidade a ‘desvio de conduta’


O delegado federal aposentado Wilson Salles Damázio também já disse que, para mulheres, "é o máximo estar dando pra um policial"

Redação
BAHIA.BA
wilson damazio foto reproducao youtube
Foto: Reprodução / YouTube

Nomeado pelo ministro Sérgio Moro (Justiça) para uma vaga no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), o delegado federal aposentado Wilson Salles Damázio já associou a homossexualidade a “desvio de conduta” e disse que mulheres têm tara sexual por policiais, destaca a Folha de S. Paulo.
Em entrevista ao Jornal do Commercio em 2013, quando era secretário de Defesa Social de Pernambuco, Damázio foi questionado sobre casos de exploração sexual de meninas por policiais e disse que “desvio de conduta a gente tem em todo lugar”.
“Tem na casa da gente, tem um irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu?”, exemplificou. Ainda conforme o  então secretário, “homossexualidade não quer dizer bandidagem”.
“Mas foge ao padrão de comportamento da família brasileira tradicional. Então, em todo lugar tem alguma coisa errada, e a polícia, né? A linha em que a polícia anda, ela é muito tênue, não é?”, acrescentou.
Ainda na mesma entrevista, ao ser perguntado sobre a possibilidade de instalar câmeras em viaturas, Damázio disse que a medida poderia causar problemas com associações e afirmou que as mulheres, às vezes, “se acham” quando estão com policiais.
“O policial exerce um fascínio no dito sexo frágil. Eu não sei por que é que mulher gosta tanto de farda”, opinou. Segundo Damázio, “todo policial militar mais antigo tem duas famílias, tem uma amante, duas”.
“É um negócio. Eu sou policial federal, feio pra c… A gente ia pra Floresta (Sertão), para esses lugares. Quando chegávamos lá, colocávamos o colete, as meninas ficavam tudo sassaricadas. Às vezes tinham namorado, às vezes eram mulheres casadas. Pra ela é o máximo estar dando pra um policial. Dentro da viatura, então, o fetiche vai lá em cima, é coisa de doido”, declarou.
O cargo no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) é o mesmo oferecido em fevereiro à especialista em Segurança Pública Ilona Szabó de Carvalho, que teve sua nomeação revogada por Moro após pressão de Jair Bolsonaro e uma onda de críticas de apoiadores do presidente.

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