sábado, 2 de março de 2019

Teste: Hilux Flex é forte, mas bebe cana como se fosse saquê!


Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.combr
HOJE EM DIA
Picapes médias flex estrearam no mercado por volta de 2007. A primeira opção foi a Chevrolet S10, de primeira geração. Com o preço mais agressivo, nem todos os fabricantes aderiram aos motores que consomem álcool ou gasolina. Atualmente apenas S10, Ford Ranger e Toyota Hilux contam com motores que podem ser abastecidos com derivado da cana. Entre elas, a versão SRV 2.7 4x4 da japonesa.
Trata-se da opção que figura no segundo degrau da hierarquia do utilitário japonês, com preço sugerido de R$ 140.990. O preço dessa picape assusta, ainda porque se aproxima de versões turbodiesel de rivais como a VW Amarok e da própria versão de entrada da Hilux diesel (com caixa manual) que sai por R$ 142 mil. No entanto, trata-se de um preço com pacote fechado e não um valor que pode sofrer alterações na medida em que o cliente inclui conteúdos opcionais.

Entre os ítens de série estão bancos forrados em couro, ar-condicionado digital, multimídia (que ainda ostenta leitor de CD) e partida sem chave que fazem dele um carro de passeio montado sobre um pesado chassi. Apesar de cara, essa versão é bem mais acessível que as movidas a diesel. As opções com caixa automática variam de R$ 161.560 a R$ 207 mil.
Boa de jogo
A Hilux fechou 2018 como a picape média mais vendida do país, com 39.278 unidades licenciadas, segundo a Fenabrave. Só não vendeu mais que a Fiat Toro (58.477), que se posiciona num degrau abaixo da japonesa.
O sucesso dessa Toyota se dá pela robustez e confiabilidade. Realmente é um carro que impressiona quando colocado à prova em terrenos acidentados. Ela sacoleja, torce para um lado, torce para o outro, mas não titubeia.
São fatores decisivos para quem precisa gastar muita grana numa caçamba e não num modelo de luxo.
Raio-x Toyota Hilux SRV 2.7 4x4
O que é?
Picape de porte médio e cinco lugares.
Onde é feita?
Produzida na unidade de Zárate (Argentina).
Quanto custa?
R$ 140.990
Com quem concorre?
A Hilux flex concorre apenas com Ford Ranger Limited 2.5 4x2 flex (R$ 128.670) e Chevrolet S10 LT 2.5 4x4 flex (R$ 126.290).
No dia a dia
A Hilux SRV flex surge como uma opção para o consumidor que busca uma picape com muito conteúdo, mas não pode pagar por uma similar com motor turbodiesel. Para usar como utilitário a versão deixa a desejar, sua caçamba tem boa profundidade e fácil acesso.<EM>
No uso urbano, sofre com os mesmos dramas de qualquer outra picape de seu porte, como a dificuldade para encontrar vagas devido ao seus 5,31 metros de comprimento. As manobras são menos arriscadas graças à câmera de ré, mas não conta com sensores sonoros. <EM>
O acabamento da versão não oferece grandes refinamentos, apesar de contar com revestimento dos bancos, volante e alavanca de transmissão em couro. Fora isso é plástico duro mesmo. Afinal, trata-se de uma picape pensada para o trabalho, em que um acabamento delicado pode se danificar com facilidade.
Sua lista de equipamentos é farta e inclui ar-condicionado digital com saída de ar central para os bancos traseiros, direção hidráulica, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores elétricos), banco do motorista com ajuste elétrico de distância, inclinação e altura, computador de bordo com tela de 4,2 polegadas de TFT, multimídia Toyota Play de sete polegadas (GPS, TV Digital, DVD, rádio, USB, CD, MP3, câmera de ré e Bluetooth). Ainda tem acendimento automático dos faróis, partida sem chave, retrovisor eletrocrômico, luz de condução diurna (DRL), sete airbags e controles e estabilidade (ESP) e tração (A-TRC), assistente de reboque e faróis de neblina.
Motor e transmissão
O motor 2.7 de 163 cv e 25 mkgf não faz feio diante da excelente unidade diesel dessa japonesa. Apesar de menor torque, ela sobra em potência e não fraqueja quando está com a caçamba carregada.
Como bebe?
Abastecida com álcool, a unidade testada registrou média de 4,5 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário. Trata-se de um consumo elevado, mas compreensível quando se trata de um utilitário de duas toneladas.
Suspensão e freios
A suspensão da Hilux não foi projetada para acariciar os ocupantes, mas para garantir que ela atravesse qualquer terreno. Independente na dianteira e com eixo rígido e feixe de molas na traseira, a picape passa por cima de tudo, sem pensar no conforto. No asfalto não chega a comprometer, mas é bom não abusar nas curvas rápidas, pois como toda picape, a traseira tende a escapar, mesmo com o auxílio do ESP. Já os freios usam discos na dianteira e tambores na traseira, e contam com distribuição de carga.
Pontos positivos
Robustez
Conteúdo
Conjunto mecânico
Pontos negativos
Conforto
Consumo

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