domingo, 31 de março de 2019

Com visita a Israel, Bolsonaro acena a evangélicos, Trump e Netanyahu

POLITICA LIVRE
Foto: Alan Santos/PR
O presidente é acompanhado pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro, durante partida de Brasília para Israel
O presidente Jair Bolsonaro inicia no domingo, 31, em Israel uma viagem de caráter político e religioso. Com uma mão, Bolsonaro pretende afagar a bancada evangélica, crucial para o avanço de sua agenda no Congresso. Com a outra, ele joga o peso do Brasil na campanha do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que corre risco de perder o cargo nas eleições locais do dia 9. A primeira missão deve ser cumprida sem muito esforço, mesmo que Bolsonaro anuncie apenas a instalação de um escritório de negócios em Jerusalém, em vez da mudança da embaixada, como havia prometido. Na última semana, o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) afirmou que a decisão seria uma solução provisória, até o Brasil “conseguir apoio da comunidade árabe”. Nas últimas semanas, a bancada evangélica voltou a chiar. Nos bastidores, eles cobraram a transferência da embaixada e ficaram insatisfeitos com a declaração à Rádio Gaúcha do chanceler Ernesto Araújo de que não há nada definido sobre a mudança. O governo espera que as imagens de Bolsonaro em locais sagrados, como a Basílica do Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações, em Jerusalém, sirvam para acalmar a tropa. Para entender a simpatia dos evangélicos por Israel é preciso voltar no tempo. Doutrinas apocalípticas sempre existiram. A Bíblia, segundo movimentos pentecostais e neopentecostais, não é apenas um amontoado de acontecimentos do passado e um guia de boas maneiras para o presente, é também um plano de Deus para o futuro. Muitos evangélicos creem que um segundo Cristo chegará à Terra Santa e estabelecerá o reino de Deus na Terra. Forças do mal que jogam contra são anticristos que querem a destruição de Israel. Eles podem ter várias formas: o rei da Assíria, os persas, Hitler, a União Soviética ou Mahmoud Ahmadinejad, ex-presidente do Irã.
Estadão

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