segunda-feira, 4 de março de 2019

Ao investigar vazamento, a Polícia Federal pode apanhar Gilmar Mendes de surpresa


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Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com)
Carlos Newton
A vida é paradoxal, e muita coisa que parece negativa pode se tornar positiva, e vice-versa. O caso da suposta quebra do sigilo bancário do ministro Gilmar Mendes e sua mulher Guiomar é um bom exemplo. Devido a movimentações atípicas em suas contas, o casal caiu numa espécie de malha fina da Receita Federal, que já havia relacionado 134 autoridades nessas condições. Como a informação vazou para a mídia de forma indevida, o ministro do Supremo aparentemente conseguiu reverter a situação, porque o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, imediatamente correu em auxílio dele, para colocar a uma pedra sobre a auditoria nas contas de S. Excia.
Se o caso parasse por aí, já estaria de bom tamanho para o casal Mendes. Mas o ministro fez tamanho escarcéu, envolvendo o próprio presidente da República, que a situação saiu de controle, porque o ministro da Justiça, Sérgio Moro, determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar o vazamento de investigações da Receita Federal sobre informações fiscais de agentes públicos e familiares.
APARÊNCIAS ENGANAM – A abertura do inquérito foi solicitada na última terça-feira (dia 26) pela própria Receita Federal, que afirmou no pedido que há casos noticiados pela imprensa que se tratavam de “análises preliminares” e que nem todos resultariam na abertura de procedimentos investigatórios, pois 79 já foram descartados.
Aparentemente, Gilmar e Guiomar Mendes conseguiram escapar da malha fina e até deixaram em má situação os auditores da Receita, que podem ser punidos etc. e tal. Mas as aparências enganam. Agora, quem vai apurar é a Polícia Federal, que não tem livrado nenhuma autoridade e se firmou com uma instituição verdadeiramente exemplar.
É claro que, ao examinar o trabalho dos auditores, os federais vão tomar conhecimento das movimentações atípicas do casal Mendes. Se houver irregularidades, é claro que a investigação então irá em frente, conduzida pela força-tarefa da Polícia Federa e da própria Receita, cujos auditores estão ansiosos para detonar Gilmar Mendes.

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