quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

CNC diz que a intenção de consumo das famílias está crescendo


Depois de um ano de turbulências, quando houve frustração pelo não andamento da reforma da previdência; greve dos caminhoneiros; e incerteza eleitoral, o cenário de inflação baixa e de queda gradual do desemprego tem impulsionado o consumo das famílias no

Tribuna da Bahia, Salvador
21/02/2019 10:11 | Atualizado há 1 hora e 17 minutos
   
Foto: Divulgação

Por: Lício Ferreira

Depois de um ano de turbulências, quando houve frustração pelo não andamento da reforma da previdência; greve dos caminhoneiros; e incerteza eleitoral, o cenário de inflação baixa e de queda gradual do desemprego tem impulsionado o consumo das famílias nos últimos meses. Além disso, a sinalização de que os juros básicos deverão permanecer inalterados no curto prazo contribui para o resgate das condições de consumo a prazo. Neste contexto, ainda neste semestre, a intenção de consumo das famílias deverá continuar evoluindo positivamente, superando as avaliações predominantemente pessimistas, que perduraram nos últimos quatro anos.
Esse é o resumo da pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apresentado, ontem, 20 pelo chefe da Divisão Econômica da CNC, Fábio Bentes e pelo consultor econômico da Fecomércio-Bahia, Guilherme Dietze, durante em entrevista coletiva realizada, no restaurante Mirabeau, da Casa do Comércio, na Avenida Tancredo Neves, centro financeiro de Salvador. As previsões econômicas para 2019 foram sinalizadas pelo presidente da Fecomércio Bahia, Carlos de Souza Andrade “que espera ver o Brasil voltando a crescer e virando a página de uma maneira positiva”.
O diagnóstico da CNC capturou o aumento de 2,7% da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em fevereiro, graças a um cenário econômico mais favorável do que em 2018. Assim, o ICF acumulou alta de 8,0% no primeiro bimestre, a maior combinação mensal de toda a série iniciada em janeiro de 2010. “Apesar da evolução consistente da propensão ao consumo em 2019, o ICF ainda permanece abaixo de 100 pontos – situação que perdura desde abril de 2015. Esta situação tem sido influenciada pela maior insatisfação das famílias com ganhos até 10 salários mínimos (95,4 pontos). As famílias com rendimentos acima desta faixa de renda (113,7 pontos) ultrapassaram os 100 pontos desde novembro de 2018”, afirmou Fábio Bentes.
LENTA RECUPERAÇÃO
Ainda conforme Fábio Bentes, a lenta recuperação da economia, seguida da estabilidade dos preços e da melhora do nível de emprego, tem ocasionado o sentimento de que a renda melhorou para 35,1% das famílias brasileiras. “Com a queda da taxa média de desocupação, melhoraram também as percepções quanto à empregabilidade. Nessas condições, portanto, aumentou o entendimento de que a renda melhorou. Se em fevereiro de 2019 aproximadamente 35,1% das famílias apontaram melhoria da renda, no mesmo mês de 2018, esta proporção era bem menor: 30,0%. As famílias revelaram que as condições de consumo vêm se recuperando”, completa.
O fato é o seguinte: “Assim como aconteceu em janeiro, os subindicadores Nível de Consumo Atual (2,6%), Compras a prazo (3,0%) e Momento para Duráveis (4,4%) destacaram-se nas variações mensais. Dos sete subindicadores, estes três foram os que refletiram insatisfação das famílias no ICF. Com a recuperação da economia, eles podem vir a apresentar maior elasticidade em virtude do cenário mais positivo”, explica Fábio Bentes, que acrescenta: “A alta do Momento para Aquisição de Duráveis foi a que mais pressionou o ICF. Assim, implicou aumento deste indicador de 14,4% em relação a igual mês do ano passado”.
O chefe da Divisão Econômica da CNC afirmou, também que “com relação ao entendimento das famílias, o cenário é benigno, na medida em que cresceu o número das que perceberam que o momento para compra de eletrodomésticos, eletrônicos, entre outros duráveis, era satisfatório (de 28% para 33%). Em sentido contrário, caiu a quantidade das famílias que observaram o momento ter sido ruim (de 65% para 58%). Além disso, a queda gradual das taxas de juros, nas operações com recursos livres para pessoas físicas, propiciou o recuo médio de 7,0% nas prestações pagas pelos consumidores entre 2017 e 2018”, sintetiza.

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