Salim Mattar perdeu uma boa oportunidade para ficar calado
Em entrevista durante a abertura da conferência do Credit Suisse nesta terça-feira, dia 29, o secretário-geral de Privatizações, Salim Mattar, afirmou que a Vale não pode “sacrificada” pela sociedade. “Neste desastre terrível, estou vendo a sociedade sacrificando a companhia, quando deveriam ser sacrificadas as pessoas que tomaram as atitudes”, declarou Mattar.
O secretário prosseguiu: “a companhia não fez mal a ninguém, o CNPJ não fez mal a ninguém. Os erros foram cometidos por seres humanos e essas pessoas é que devem pagar e não a companhia”, afirmou.
RELEMBRE – Na tarde da última sexta-feira, 25, uma barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho (MG) se rompeu e espalhou lama por dezenas de quilômetros. A lama atingiu casas, carros e estruturas da própria empresa, além de uma pousada que ficava na área. Até agora, a contagem oficial é de 65 pessoas mortas e 279 desaparecidas.
A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto.
Uma outra barragem, a de número 6, continua sendo monitorada pela Vale, junto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Bombas estão sendo usadas para fazer a drenagem e reduzir a quantidade de água, evitando novos problemas.
SEM SOBREVIVENTES – Para o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o tenente Pedro Aihara, o balanço de vítimas fatais deve aumentar nos próximos boletins. “As chances (de encontrar sobreviventes) são muito pequenas considerando o tipo de tragédia, que envolve lama”, disse o tenente.
De acordo com a revista Reuters, a Justiça brasileira já decretou quatro bloqueios judiciais e a aplicação de outras duas sanções por órgãos administrativos no valor total de R$ 12,1 bilhões.
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