terça-feira, 29 de janeiro de 2019

“O principal desafio é implementar a lei”, afirma presidente do Comitê Brasileiro de Barragens


[“O principal desafio é implementar a lei”, afirma presidente do Comitê Brasileiro de Barragens]
29 de Janeiro de 2019 às 12:22 Por: Paulo Macedo / BNews Por: Adelia FelixA situação das barragens na Bahia, avanços e desafios da legislação, foram abordados durante debate técnico na Escola Politécnica da UFBA, em Salvador, nesta terça-feira (29). Na oportunidade, foram discutidos os dados do Relatório de Segurança de Barragens de 2017 (RSB).
Segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), Luís Edmundo Prado de Campos, o estudo apontou a situação das barragens em todo o estado e detectou que pelo menos 10 estão com comprometimento que impactam na segurança.
“Quando nós tomamos conhecimento desse relatório, no ano passado, providenciamos fazer um debate público sobre essa situação. A função do Crea vai ser de catalisadora, de informar a sociedade o que está acontecendo, apresentar a parte técnica. Ou acalmando ou alertando sobre problemas maiores”, disse ao BNews. De acordo com o presidente do Crea-BA, em cerca de 30 dias, será discutida a situação das barragens de rejeitos do estado.
O desastre ocorrido em Mariana, no estado de Minas Gerais, que deixou até o momento 60 pessoas mortas, reaquece as discussões em torno da segurança dos equipamentos da Bahia. Também em entrevista à reportagem, o presidente do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), Carlos Henrique Medeiros, defendeu que a segurança de uma barragem começa ainda no projeto dela, na fase de licitação, com a escolha de um projeto qualificado.
“A segurança começa por aí. Se você começa desse jeito, você vai ter como resultado uma barragem com qualidade, uma barragem com segurança. A legislação veio para organizar isso, que os profissionais tenham qualificação técnica para poder lidar com isso, não é para qualquer um sair dizendo que vai cair ou não vai, tem que ter qualificação porque o negócio é sério. A situação vai ficar mais acirrada por causa do efeito Mariana, e agora efeito Brumadinho. É bom que tudo isso aconteça, porque o que nós queremos são barragens seguras”, diz.
Medeiros ainda defendeu uma efetiva implementação das leis.  “Por conta da legislação, nós temos um aparato muito grande de informações e segurança, tudo está disponível, e isso não existia antes. Se você desmerece a lei, todo o esforço pode regredir muito. Hoje, vejo profissionais de empresas de barragens como pessoas sérias. O principal desafio é implementar a lei. Fazer com que a lei que está aí de fato seja implementada”, explica.
O evento foi promovido pelo Crea-BA, Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia e Geotécnica (ABMS), Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Associação Brasileira dos Engenheiros Civis (ABENC) e Clube de Engenharia da Bahia.

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