O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
desembolsou R$ 69,16 bilhões para empréstimos já aprovados em 2018,
queda nominal (sem descontar a inflação) de 2,2% ante 2017 informou uma
fonte com acesso aos dados. Foi o menor valor liberado pelo BNDES num
ano desde 1996, conforme série histórica atualizada a valores de 2017. O
recorde de desembolso foi de R$ 278,3 bilhões, em 2010.O BNDES
informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não tem os
dados consolidados. A divulgação deve ser em 29 de janeiro. Os
desembolsos de 2018 ficaram em 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB),
conforme a estimativa para o crescimento econômico da Inter.B
Consultoria, abaixo do 1,1% efetivamente registrado em 2017, segundo os
dados do BNDES. Por essa ótica, os valores estão no mesmo nível de 1995 e
equivalem à metade da média de 1995 a 2017, de 2,3% do PIB. Desde a
reorientação da política econômica a partir do governo Michel Temer, o
BNDES vem diminuindo de tamanho. Especialistas veem a redução como
resultado tanto da queda na demanda, em meio à baixa nos investimentos
provocada pela recessão, quanto da retirada de subsídios no crédito e
das devoluções dos aportes feitos pelo Tesouro Nacional no banco de 2008
a 2014. “Com as condições atuais, já não é interesse do empresariado
tomar recursos, porque eles ficaram muito caros e muito instáveis com a
TLP”, afirmou o economista Antônio Corrêa de Lacerda, professor da
PUC-SP, se referindo à introdução da Taxa de Longo Prazo (TLP) como
juros de referência do BNDES. A TLP é balizada nas taxas de mercado dos
títulos públicos. Para Lacerda a falta de crédito de longo prazo a custo
favorável poderá frear a economia quando a recuperação acelerar. A
dúvida agora é se a diminuição ficará nesse patamar ou se o banco poderá
encolher ainda mais. Joaquim Levy assumirá o comando do BNDES, na
próxima segunda-feira, com a missão de definir qual será seu tamanho no
governo Bolsonaro.
Agência Brasil
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