Foto: Wilton Júnior / Estadão
Mourão
O vice-presidente Hamilton Mourão disse hoje (31) que o Brasil
pode adotar “pequenas sanções” para aumentar a pressão para que sejam
adotadas medidas sobre o agravamento da crise na Venezuela. Ele reiterou
que o Brasil não vai intervir na política interna do vizinho. Segundo
ele, a possibilidade de bloqueio de bens de autoridades venezuelanas no
Brasil “é uma solução que pode ser aventada”. “Podemos adotar essas
pequenas sanções, mas não vamos cruzar uma linha que a gente sabe como
começa, mas não sabe onde termina”, afirmou, ao destacar a posição do
ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Para Mourão, a solução
para a crise venezuelana está próxima. De acordo com ele, a indicação
do desfecho é a decisão de hoje da União Europeia que reconheceu o
deputado federal Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela e
recomendou aos países da região seguirem o mesmo sentido. “Acho que está
chegando [o fim do impasse]. As pressões estão cada vez maiores e o
país está fechado em si mesmo. Acho que entenderam que chegaram a esse
limite. Nós, militares, em todos os lugares do mundo, a gente entende
que tem um limite ate onde a gente pode ir”, afirmou. O vice-presidente
da República voltou a lamentar a represália a jornalistas estrangeiros
que atuam na região e lembrou os profissionais que foram recentemente
presos por agentes que apoiam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Ontem (30), dois jornalistas chilenos foram detidos enquanto faziam a
cobertura de um protesto contra Maduro. “A liberdade de imprensa na
Venezuela já foi banida há um tempo”, disse Mourão. Ao deixar o gabinete
no Anexo 2, do Palácio do Planalto, Mourão ainda anunciou a retomada
das atividades de comissões bilaterais como a do Brasil com China e
Rússia. Ainda neste semestre, Mourão pretende visitar o território
chinês para o primeiro encontro desde que a Comissão Sino-Brasileira de
Alto Nível (Cosban) foi suspensa. “Está parada porque, por legislação, o
vice-presidente é quem conduz esse trabalho. Como o presidente [Michel]
Temer passou a ser presidente e não tinha vice, [ficou suspenso]”,
explicou. As conversas com a Rússia serão retomadas no segundo semestre
e, segundo Mourão, o encontro será em território brasileiro. As datas
ainda serão acertadas com o presidente Jair Bolsonaro. A agenda
internacional dominou a manhã de hoje (31) em seu gabinete. O
vice-presidente recebeu a chefe da delegação da União Européia, Cláudia
Gintersdorfer, e, em seguida, o embaixador do Canadá, Riccardo Savone.
Agência Brasil
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