segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Em meio a guerra comercial, EUA e China fazem escolhas protocolares para posse de Bolsonaro

POLITICA LIVRE
Travando uma disputa pela hegemonia planetária e tendo a América do Sul como um ponto estratégico, Estados Unidos e China optaram por um tom neutro na cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro. Embora tenham circulado rumores que o presidente Donald Trump poderia vir à festa, os EUA serão representados pelo secretário de Estado, Mike Pompeo. É um emissário de alto nível, porém com status na média dos que aqui estiveram de outras posses presidenciais. A China, por sua vez, enviou um vice-presidente do Congresso, Ji Bingxuan, igualmente mantendo o padrão para o Brasil. Em meio a desconvites aos mandatários de Cuba, Venezuela e Nicarágua, um “bolivariano” deverá marcar presença na cerimônia: o presidente da Bolívia, Evo Morales. Depois de haver condenado o “golpe” contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, ele tratou de moderar o tom na relação com o Brasil. Visitou o presidente Michel Temer em dezembro passado. Apesar da diferença política, Evo tem uma questão importante a tratar: a renovação do fornecimento de gás para o Brasil. Vital para a economia boliviana, o contrato se encerra em meados de 2019 e a Petrobrás já sinalizou que pretende cortar suas compras pela metade. O destaque internacional da festa ficará por conta do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que se encontra no Brasil desde a última sexta-feira. Ele contou que Bolsonaro lhe reafirmou o compromisso de mudar a embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém, o que representa o reconhecimento, pelo governo brasileiro, da reivindicação israelense sobre a cidade. A adoção da medida seria apenas uma questão de tempo, segundo informou.
Estadão

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