Ano foi marcado por mentiras sobre duplicação
repetidas pelo governador Rui Costa, que buscava sua reeleição. Quando a
mentira ficou insustentável, usou outra, a de que havia uma suposta
“briga” entre o Tribunal de Contas da União e o departamento nacional de
estradas, o Dnit, impedindo o projeto.
Segundo o governador, o projeto já deveria ter sido aprovado porque
“reduziu o valor em R$ 2 milhões”. O Estado omitiu que a suspensão da
obra pelo TCU não foi causada pelo preço total e sim por diversas
irregularidades no projeto, algumas com indícios de superfaturamento e
manipulação.
Foi o caso, por exemplo, do uso de betoneiras individuais (daquelas que
você vê em construção de prédios) numa obra deste porte que, como
regra, monta uma usina de concreto centralizada para dar conta do volume
e racionalizar os custos.
Malandragem
Caso o TCU aprovasse o projeto como estava, o empreiteiro poderia
depois substituir todas as betoneiras pela central, embolsando a
diferença brutal de preço entre os dois sistemas. O mesmo acontece com a
previsão de usar estacas de madeira ao invés das metálicas.
O governador também deu informação falsa em outubro de 2017, quando
garantiu que o projeto já estava liberado pelo TCU. Depois repetiu a
informação em março de 2018, para só em junho admitir que o projeto
corrigido ainda não tinha sido enviado ao TCU. Enviou no início do mês.
A demora no envio das correções (se é que foram feitas) para o TCU é só
um dos problemas da duplicação da BR-415. O governo do estado até hoje
não desapropriou nenhuma propriedade na área, o que também impede o
início da obra.
Racionalização
Com tanta lentidão nas providências do governo do estado, a União
acabou preferindo transferir as verbas para a Educação e a Saúde, já que
era improvável que a duplicação fosse iniciada em 2018. A Ferrovia
Oeste Leste, outra obra cheia de erros e complicações, também teve a
verba transferida.
Restou ao governador Rui Costa, que alega “boicote” do Presidente
Michel Temer, cumprir sua promessa, feita em outubro de 2017, diante de
centenas de pessoas e registrada pelos comunicados do próprio governo: a
de que ele bancaria a obra caso o governo federal não o fizesse.
A promessa, feita claramente para ajudar em sua reeleição, não passou
de balela. O estado não está conseguindo sequer manter sua estrutura
funcionando plenamente, vem atrasando e cortando salários, vai eliminar
órgãos e não possui verba destinada para a obra no orçamento de 2019.
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