sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Se instalar a embaixada em Jerusalém, Brasil pode entrar na rota do terrorismo


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Jornal Israel Hayom é publicado em hebraico e tem site
Carlos Newton
Alô, generais!!! Pensei que vocês fossem agir como conselheiros do presidente eleito Jair Bolsonaro para evitar que dissesse ou fizesse asneiras, mas estou vendo que me enganei. O tal mito parece incontrolável e acaba de confirmar ao jornal “Israel Hayom” que transferirá a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. E também adotou uma postura dura com a Palestina, dizendo que não a reconhece como um país. Diz a entrevista que Bolsonaro ressalvou que sua ideia de mudar o endereço da embaixada brasileira em Israel- seguindo os passos dos Estados Unidos e da Guatemala – não era só promessa de campanha.
“Israel é um Estado soberano. Se os senhores decidirem qual é a sua capital, nós os seguiremos. Quando me perguntaram durante a campanha se transferiria a embaixada se fosse eleito presidente, respondi sim. Vocês decidem sobre a capital de Israel, não outros povos”, declarou em entrevista telefônica concedida ao jornal conservador.
QUAL É A VANTAGEM? – Cá entre nós, o Brasil não ganha nada com essa postura de Bolsonaro. Pelo contrário, vai contrariar o mundo árabe (leia: islamita). A melhor posição seria seguir na neutralidade, pois nada temos com a briga deles por lá e aqui no Brasil judeus e muçulmanos ainda vivem em concórdia, dão um exemplo de civilidade.
O Brasil reconhece o Estado Palestino como país desde dezembro de 2010, após carta enviada pelo então presidente Lula da Silva ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. E a ONU também reconheceu a Palestina como um “Estado observador” após aprovação em Assembleia Geral em 2012, cuja capital seria em Jerusalém Oriental.
A transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, como capital de Israel, é uma medida polêmica. A comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense de Jerusalém como sua capital indivisível Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado.
DIREITO HISTÓRICO – Os palestinos querem se estabelecer como um Estado soberano que ocupe a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. É um direito histórico deles, a ser negociado quando houver paz, pois os territórios foram ocupados por Israel após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Outra bobagem de Bolsonaro é insistir em determinar a mudança da Embaixada da Palestina em Brasília, sob o argumento de que ela fica muito próximo ao palácio do Planalto. Nenhuma embaixada pode estar tão perto do palácio presidencial, então pretendemos mudar. Não há outro caminho, na minha opinião. Fora isso, Palestina primeiro precisa ser um estado para ter o direito de uma embaixada”.
NEUTRALIDADE – De repente, Bolsonaro está se sentindo como o dono do Brasil, não percebe que é apenas o representante dos cidadãos. A neutralidade é a melhor posição diplomática para o Brasil, que é um país respeitado internacionalmente por sua importância estratégica no Hemisfério Sul.
Se insistir em provocar os árabes e palestinos, o novo governo se arrisca em colocar o Brasil na rota do terrorismo islâmico. A quem isso interessa? Se os generais não colocarem um freio em Bolsonaro, o que ele vai fazer de asneiras não está no gibi.
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