terça-feira, 6 de novembro de 2018

Para os banqueiros que mais lucram no mundo, Bolsonaro é uma ameaça


Charge do Khevissson (Arquivo Google)
Carlos Newton
Preocupados com o fenômeno Jair Bolsonaro, os dois principais banqueiros do país, que comandam o Itaú-Unibanco, deram uma longa entrevista à Folha de S.Paulo, publicada na edição desta segunda-feira, dia 5. Desde sempre, tenho uma curiosidade enorme em relação ao que pensam os banqueiros. Na minha opinião são meros agiotas, que remuneram com juros mínimos os recursos poupados pelos clientes e cobram juros máximos em operações corriqueiras, como saldo negativo na conta corrente ou financiamento do cartão de crédito. Nos dias de hoje, é missão impossível tentar que os banqueiros paguem juros maiores do que 0,5% ao mês nas aplicações, mas eles continuam cobrando cerca de 9% mensais nos cartões de crédito e no cheque especial, ou seja, 18 vezes mais…
Com inflação anualizada de 3%, os juros de cartões e cheque especial no Itaú-Unibanco estão quase em 200%, algo inaceitável, deplorável e abominável em qualquer país civilizado, vejam a que ponto chega a ganância dos banqueiros, que são os filhos bastardos, malditos e desumanos da velha exploração do homem pelo homem.
UM ESTRANHO PAÍS – Na verdade, o Brasil é o país mais estranho do mundo. Dificilmente, uma analista estrangeiro consegue entender nossas instituições. Temos uma estrutura estatal enorme, mas não funcionamos como nação comunista, pois as desigualdades sociais são as maiores do mundo. Insiste-se em tentar que a riqueza absoluta conviva em harmonia com a miséria absoluta, como se isso fosse possível, e o resultado é essa insegurança permanente que coloca a sociedade atrás da grades, mas não consegue trancafiar os criminosos.
Nem mesmo os brasileiros conseguem entender o que se passa aqui. Neste blog, há críticas permanentes aos governos do PT e do PSDB, que são acusados de terem “comunizado” o país, que agora, com Bolsonaro, seria novamente colocado nos rumos do “capitalismo”.
Como diz Francisco Bendl, tenho frouxos de riso quando leio essas maluquices, acusando Lula e FHC de serem “comunistas”, quando não passam de grandes pilantras, que jamais pensaram no povo e enriqueceram no poder, cada um a seu modo, seja na Avenida Foch ou na Serra de Atibaia, qual é a diferença?
SÓ SEMELHANÇAS – Entre FHC e Lula, só há semelhanças. O grande e modesto Itamar Franco entregou a seu sucessor um país que crescia 5,4%, havia pleno emprego, a inflação era de 0,6% ao mês, havia superávit nas contas públicas, saldo comercial de US$ 10,4 bilhões e uma dívida interna pequena, de 29,4% do PIB.
Depois das criminosas administrações do PSDB, PT e PMDB, o legado ao presidente eleito Jair Bolsonaro é caótico, um país totalmente dominado pelo capitalismo financeiro, em que os maiores aproveitadores são os banqueiros, embora sejam considerados cidadãos acima de qualquer suspeita, como no filme de Elio Petri, e acima também de qualquer crise, pois o país empobrece, mas eles continuam batendo recordes de lucratividade.
Da entrevista de Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles à Folha, pouco se aproveita, porque nada têm a dizer. Não são brasileiros, nem se importam com o país, vivem por conta dos 30 dinheiros que herdaram dos avós.
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