sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Declaração de Bolsonaro tem viés discriminatório e é ofensiva ao povo palestino


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Bolsonaro foi manchete no jornal israelense
Jorge Béja
Antes de tomar posse na Presidência da República no próximo 1º de Janeiro e antes mesmo de ser diplomado, o presidente eleito Jair Bolsonaro já pode ser alvo de uma Ação Popular Preventiva, por ter declarado na entrevista coletiva desta quinta-feira na Barra da Tijuca, que não vai querer o prédio da Representação Diplomática da Palestina próximo ao Palácio do Planalto em Brasília, tal como se encontra desde que foi inaugurada.
A declaração do presidente eleito tem potencial muito mais ofensivo e humilhante ao povo palestino do que a intenção de Bolsonaro de transferir a sede da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém.
HUMILHAÇÃO – A declaração que humilha e discrimina o povo palestino passou despercebida pelos jornalistas na entrevista, visto que nenhum órgão de imprensa registra o que disse Bolsonaro nas edições de hoje, que nem tocam no assunto tão aviltante para a dignidade dos palestinos.
A Palestina é um Estado soberano tanto quanto o Brasil também é. O terreno em que foi erguida a Embaixada da Palestina foi doado pelo governo brasileiro que, em contrapartida, também recebeu de doação um terreno em Ramalah para construir a Embaixada brasileira, reciprocidade bastante comum nas relações internacionais.
Querer tirar a embaixada palestina de onde ela está em Brasília é ato atentatório à dignidade do Estado palestino e de todo o seu povo. Bolsonaro ainda tentou remediar a bobagem que disse, completando que “respeita o povo árabe”, mas se respeita, por qual motivo quer afastar a sede da embaixada palestina das proximidades da sede do governo brasileiro?
DISCRIMINAÇÃO – Esse “sai daqui” ou “chega pra lá” é humilhante. Deixa subentender que os palestinos representam perigo, que são “inimigos”, que são “terroristas” e outras pejorações, nada, nada, civilizadas e universais. É ato discriminatório. Bolsonaro acerta quando afirma que manterá relações com todas as Nações, mas sem “viés ideológico”. Mas erra, como errou feio, ao não querer a sede da embaixada palestina próximo à sede do governo brasileiro em Brasília. Tanto é mais do que “viés ideológico”. É “viés preconceituoso”, inadmissível entre o generoso, cosmopolita e abençoado Brasil com o Estado Palestino.
Daí a possibilidade de Bolsonaro já se tornar réu numa Ação Popular de cunho preventivo, com pedido para que a Justiça impeça o novo governante, quando no exercício da presidência da República, de colocar em prática o que declarou nesta quinta-feira na Barra da Tijuca.
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