Eles são, na verdade, exatamente como uma melancia: verde por fora,
vermelha por dentro. Sirva de exemplo, no Brasil, a atuação de Marina
Silva, derrotada pela quarta vez nas urnas e que, na hora H, declarou
apoio ao candidato da "organização criminosa", Fernando Haddad. A
propósito, segue artigo de Bill Wirtz, publicado pela Gazeta do Povo:
A Europa foi atingida por uma onda verde na política, com os
ambientalistas superando os velhos partidos social-democratas. Mas a
força dessa onda não vem da preocupação com as mudanças climáticas, e
sim de um socialismo disfarçado para os jovens eleitores. Cuidado com as
conseqüências.
A onda verde
Os partidos verdes, como um fenômeno, têm suas origens na Europa. Na
década de 1970, um número crescente de pessoas entrou em desacordo com o
sistema partidário dominante, não necessariamente porque se acreditava
que esse sistema prejudicaria o meio ambiente, mas porque se tornou
complacente demais após ficar no poder desde o final da Segunda Guerra
Mundial. Os Verdes tornaram-se uma maneira moderna e nova de transformar
a política em uma causa ativista.
Na Alemanha, os primeiros políticos ambientalistas começaram a se
manifestar contra a energia nuclear, pregando desde o início que o país
deveria mudar para fontes alternativas de energia. Em sua primeira
participação eleitoral em 1980 (no que era então a Alemanha Ocidental),
os Verdes Alemães conseguiram 1,5% dos votos, mas entraram no parlamento
três anos depois, após uma rápida eleição. Desde então, o partido tem
oscilado entre 8 e 10 por cento e até participou de uma coalizão do
governo federal com os social-democratas entre 1998 e 2005.
Mas, curiosamente, no processo de se estabelecer como um novo partido
mainstream, os Verdes também fizeram inimigos à esquerda. O site da
Global Greens elabora com bastante precisão a história de seu próprio
movimento:
A crise ecológica é uma crise que afeta não uma classe, mas toda a
humanidade. Na verdade, na década de 1970, tanto os partidos
conservadores quanto os socialistas fizeram o possível para defender a
ideologia do crescimento econômico ilimitado, resolvendo todos os
problemas contra os crescentes movimentos ambientalistas - os sindicatos
frequentemente estão na vanguarda da oposição às políticas
ecológicas...
Esta é uma das razões pelas quais os Verdes ainda não conseguiram se
tornar um grande partido: muitos empregos ainda estão relacionados à
indústria pesada. Nenhum trabalhador da usina de carvão vai votar para
fechar sua própria fábrica para depois se ver com uma conta de
eletricidade mais alta.
No entanto, a onda verde ainda é real, principalmente porque as
posições do Partido Verde atraem jovens que não estão no setor agrícola
ou industrial. Os jovens estudantes são atraídos pelo fenômeno verde,
principalmente porque promete gastos sociais que lhes proporcionariam
educação superior gratuita e isenta de dívidas, bem como salários
mínimos que alguns jovens profissionais de hoje só podem sonhar.
Esta é a razão pela qual, nos últimos meses e anos, os partidos
Verdes obtiveram sucessos notáveis. Os verdes estão presentes em oito
dos 16 governos estaduais alemães e dobraram suas vagas no maior estado —
a Baviera — há pouco mais de uma semana. No mesmo fim de semana, os
verdes no Luxemburgo passaram dos 10% anteriores para 15%, aumentando
sua participação no governo. Em 2015 e 2016, Raimonds Vējonis (Letônia) e
Alexander Van der Bellen (Áustria) se tornaram os dois primeiros chefes
de Estado “verdes” da Europa.
Os verdes também obtêm bons resultados em países como a Hungria, a
Nova Zelândia e a Holanda. Em vários países, a sua influência diminui
devido à restritividade dos sistemas eleitorais.
Exigências estranhas
Na realidade, o Partido Verde tem feito uma reformulação de velhas
idéias socialistas, à medida que os movimentos social-democratas — em
toda a Europa, em particular — estão declinando. Os verdes têm sido
responsáveis pela "Energiewende" alemã (transição energética), que
elimina completamente a energia nuclear e tem um enorme custo para as
famílias alemãs. Onde quer que os verdes governem, os países e as
administrações locais veem aumentos maciços nos déficits devido ao
subsídio de energia e aumento dos gastos sociais.
Os Verdes também se envolvem em várias contradições. Por exemplo, o
Partido Verde do Reino Unido, que se opõe ao Brexit, também defende a
renacionalização dos serviços ferroviários privados da Grã-Bretanha, o
que a União Europeia não permite segundo suas regras.
Se combinarmos isso com os planos do Partido Verde dos EUA, os
padrões são claramente visíveis. Em um vídeo da CNN de 2016, a candidata
do Partido Verde, Jill Stein, elaborou a posição de seu partido,
listando o seguinte:
*Partidos políticos financiados publicamente
*Educação superior pública "gratuita"
*Perdoar a dívida de empréstimo estudantil dos estudantes
*Um salário mínimo de US$ 15/hora
*100 por cento de energia renovável até 2030
*Saúde universalizada como direito humano
Jill Stein não inventou nada de novo: os partidos verdes fizeram
essas exigências por décadas e ganharam força entre os jovens eleitores.
Tudo o que fizeram foi negligenciar os trabalhadores da indústria,
concentrando-se no bem-estar das gerações que estão em um ambiente
puramente acadêmico. Eles estão, de fato, apenas reescrevendo velhas
idéias socialistas que se originaram nos círculos intelectuais há mais
de um século.
Eles são, na verdade, exatamente como uma melancia: verde por fora, vermelho por dentro.
©2018 Foundation for Economic Education. Publicado com permissão. Original em inglês
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