Correio Braziliense
Apesar de admitir que o quadro das contas públicas é preocupante, com o governo indo para o quinto ano consecutivo de deficit primário e a dívida pública encostando em 80% do Produto Interno Bruto (PIB), “enquanto a média da dívida de países emergentes está abaixo de 50%”, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, descarta a possibilidade de insolvência do títulos soberanos.
“O risco de calote é absolutamente nenhum”, afirmou ele, ao ser questionado pelo Correio durante a entrevista coletiva de apresentação do resultado fiscal do governo central, que reúne Tesouro, Banco Central e Previdência Social.
AJUSTE FISCAL – Mansueto reconheceu, porém, que é preciso que o próximo presidente continue o processo de ajuste fiscal, realizando, principalmente, a reforma da Previdência, porque, senão, o quadro piora muito. “Independente do governo que seja eleito, é muito importante continuarmos com o ajuste fiscal. Se o ajuste não ocorrer, vamos ter dois efeitos negativos: o deficit aumentará e isso vai acelerar o crescimento da dívida”, alertou.
Na avaliação do secretário, o risco de crescimento da dívida mudou com a manutenção do teto de gastos. “A dívida pode bater em 80% do PIB e entrar em uma trajetória de queda se houver ajuste fiscal”, disse.
Segundo ele, o endividamento está crescendo em um ritmo mais lento do que antes, passando de sete pontos percentuais por ano para algo em torno de dois, o que está ajudando na emissão de papeis com custos mais baixos. “O Tesouro voltou a vender títulos com taxas que voltaram ao anterior à greve dos caminhoneiros”, frisou.
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