A despeito de toda a manipulação estatística e eleitoral, a maioria da
população rejeitou Haddad, rejeitou Lula, rejeitou a esquerda. E não
como resultado de conspirações. A esquerda foi vítima tão somente de
seus próprios erros, da roubalheira e da recessão que ela mesma criou.
Os brasileiros cansaram das mentiras, das ameaças, do cinismo e da
patrulha petista. Artigo de João César de Melo, via Instituto Liberal:
Primeiro, precisamos considerar um dado levantado pelo Ibope no dia
23 de outubro: Fernando Haddad tem a maioria do eleitorado apenas no
grupo de pessoas com escolaridade abaixo da 4° série do ensino
fundamental e renda de até um salário mínimo. Esse é o perfil dos
assistidos pelo Bolsa Família, que compõem metade da população da Região
Nordeste; uma massa de pessoas dependentes do assistencialismo e do
terrorismo petista que, em toda eleição, diz que, se as pessoas não
votarem no candidato indicado por Lula, elas perderão os benefícios que
recebem do governo.
O resultado da votação de ontem confirmou isso. No entanto, a coisa é
pior do que parece: o sucesso do petismo nas regiões mais dependentes
do governo dilui seu fracasso nas regiões onde as pessoas são mais
independentes, têm maior renda e poder de escolha.
A diferença de dez pontos percentuais entre Bolsonaro e Haddad leva
muitas pessoas a crer que o país – como se ele fosse uma massa social
homogênea – está dividido meio a meio, entre esquerda e direita. Isso
não é verdade.
O país está dividido entre cidadãos vulneráveis à chantagem eleitoral
e os que não estão. Haddad teve 77% dos votos no Piauí e 32% em São
Paulo.
Como registrou o jornal O Estado de S. Paulo, hoje, Jair Bolsonaro
venceu em 97% das cidades mais ricas e Fernando Haddad em 98% das mais
pobres (onde mais pessoas dependem do Bolsa Família para viver).
Vamos em frente…
No dia 27 de março de 2017, a Fundação Perseu Abrano, do PT, publicou
o resultado de uma pesquisa sobre o perfil do eleitorado brasileiro.
Foi verificado que a maioria da população:
– vê o estado como seu principal inimigo;
– não enxerga exploração na relação entre patrões e empregados;
– não reconhece a luta de ricos contra pobres;
– rejeita altos impostos e burocracias;
– valoriza o empreendedorismo privado (incluindo serviços de educação
e saúde particulares), o esforço individual como forma de ascensão
social (em detrimento de políticas estatais que põem em dúvida as
capacidades pessoas, como as cotas) e os princípios cristãos de família e
igreja.
Sobre como os cidadãos mais pobres enxergam a dicotomia direita x
esquerda, a pesquisa registrou a opinião de um dos entrevistados como a
dos demais: “Direita é alguém direito, correto. Esquerda é quem vive
reclamando”.
A Fundação Perseu Abrano conclui dizendo que “todos são vítimas do
estado que cobra impostos excessivos, impõe entraves burocráticos,
gerencia mal o crescimento econômico e acaba por limitar ou sufocar a
atividade das empresas”. Ok. E o que o PT fez com isso? Dois dias
depois, retirou do seu site o resultado da pesquisa, deixando evidente
sua opção pelo autoengano.
Outras pesquisas, de diversas outras instituições, apontam que o
principal problema do Brasil, na opinião da grande maioria da população,
é a violência urbana. Na mesma proporção, as pessoas enxergam que a
corrupção é o principal culpado desse problema. E como a esquerda se
comporta diante disso? Vitimizando os bandidos e atacando a Lava Jato,
operação que sempre contou com altíssimo apoio da população.
O povo brasileiro é pacífico, sem conflitos, mas faz 30 anos que a
esquerda liderada pelo PT se dedica a incitar o ódio entre grupos, entre
classes, entre homens e mulheres, entre pretos e brancos, entre heteros
e gays. O povo brasileiro elegeu Lula em 2002. Veio o mensalão. O povo
perdoou. Reelegeu Lula em 2006 e votou em quem ele indicou em 2010 e
2014.
O que os brasileiros ganharam em troca? O maior esquema de corrupção e
a maior recessão econômica de nossa história – e ainda a explosão da
violência e regressão nos índices de educação e saúde. Quando a esquerda
viu milhões de pessoas indo às ruas protestar contra Dilma, em vez de
tentar entendê-las, preferiu chamá-las de “elite branca golpista”. Do
impeachment para cá, o cidadão comum ainda viu a esquerda
mobilizadíssima em defender o ex-presidente corrupto. Viu dezenas de
protestos violentos. Viu parlamentares ameaçando juízes e promotores.
Como se fosse pouco, a população majoritariamente cristã desse país viu a
esquerda engrossando o tom dos ataques à igreja e à instituição da
família.
Enquanto a sociedade brasileira pedia mais liberdade para viver e
trabalhar, a esquerda não passava uma semana sequer sem pedir o controle
ou a proibição de alguma coisa. Disso surgiu Jair Bolsonaro, o único
político que realmente se engajou na defesa das pautas que mais
preocupam a população.
Como nunca antes na história do Brasil, pessoas comuns, de todos os
cantos do país, de todas as faixas de renda, sem qualquer comando de
partidos, sindicatos ou imprensa, se mobilizaram para fazer campanha
para alguém. A esquerda viu isso e em vez de tentar entender o que
estava acontecendo, chamou de fascistas essas dezenas de milhões de
pessoas.
A imprensa passou a chamá-las de “extremistas” por desejarem viver
num país que prioriza o bem-estar das pessoas honestas e trabalhadoras,
não de vagabundos e criminosos; por quererem ter o direito de se
defender; por dizerem que escola é lugar para estudar, não para se impor
ideologia de gênero; por exigir o combate efetivo da corrupção.
Tentaram criminalizar até a fé de Bolsonaro em Deus.
A esquerda ainda tentou de todas as maneiras taxar Bolsonaro de
machista, racista e homofóbico, enquanto ele recebia cada vez mais apoio
de mulheres, negros e gays. Nas redes sociais, tornaram-se comuns
publicações de militantes de esquerda dizendo que alguém deveria matar
Bolsonaro; e foi isso que um ex-filiado do PSOL tentou. E qual foi a
reação da esquerda? Dizer que Bolsonaro mereceu.
Será mesmo muito difícil de imaginar como um cidadão comum, que vive
com medo da violência, sentiu ao ver a esquerda dizendo isso?
As pessoas que realmente trabalham, que realmente mantém esse país de
pé, ainda viram os adversários de Bolsonaro (que ainda se recuperava da
cirurgia) chamando-o de covarde por não ir aos debates. Viram um
verdadeiro tsunami de fakenews contra ele. Viram Fernando Haddad, que
apoia as ditaduras em Cuba e na Venezuela e que tinha como promessa de
governo censurar a imprensa e a justiça, dizendo que Bolsonaro é um
risco para a democracia. Viram os petistas dizendo o tempo todo que
Haddad seria eleito para tirar Lula da cadeia e recolocá-lo no poder.
Viram mais uma vez o PT se aliando com políticos corruptos.
Essas pessoas viram, sobretudo, que os ataques a Jair Bolsonaro eram
ataques a elas mesmas. Viram que estavam sendo insultadas apenas por
terem decidido apoiar outro candidato. Se considerarmos o voto apenas
das pessoas que atuam no mercado como empregados ou patrões, assumindo
riscos e responsabilidades, pagando impostos, Bolsonaro foi eleito por
uma margem de diferença muito, muito, muito maior.
Porém, a despeito de toda a manipulação estatística e eleitoral, a
maioria da população rejeitou Haddad, rejeitou Lula, rejeitou a
esquerda. E não como resultado de conspirações. A esquerda foi vítima
tão somente de seus próprios erros, da roubalheira e da recessão que ela
mesma criou. Os brasileiros cansaram das mentiras, das ameaças, do
cinismo e da patrulha petista.
A eleição de domingo marca o fim de uma era e o início de outra. Já
havia passado da hora dos brasileiros se assumirem como sociedade
liberal-conservadora.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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