segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Países europeus já sentem prejuízos da falta de caminhoneiros


BLOG DO CAMINHONEIRO

Em países desenvolvidos, como Estados Unidos e da Europa, há uma crescente falta de mão-de-obra para vários tipos de serviço de base, como para o setor de transporte. A alta escolaridade dos cidadãos, aliada a baixa remuneração desse tipo de serviço afasta possíveis candidatos das vagas e o problema é crescente.
De acordo com um relatório fornecido pela União Europeia dos Transportadores Rodoviários (UETR), apenas na França, Itália e Espanha faltam mais de 50 mil caminhoneiros. Entre esse países, França lidera a busca por motoristas com 23 mil vagas abertas, Itália com 15 mil e Espanha com 12 mil vagas.
Essa falta de profissionais deixa muitos caminhões parados em frotas por toda a Europa, o que impacta os valores de frete, aumentando os custos de transporte e mexendo com as economias dos países europeus. A falta de motoristas é tão grave, que até mesmo países da Europa Oriental, mais próximos à Rússia, que eram exportadores de mão-de-obra para outros países, já estão registrando falta de motoristas profissionais.
O problema teria solução se os candidatos à empregos se interessassem por esse tipo de trabalho. Na Espanha, de acordo com o Serviço de Emprego Federal, há cerca de 23 mil pessoas procurando emprego que estão aptas a trabalhar com caminhões. Para outra grande fatia dos desempregados falta apenas a carteira de motorista profissional.
Porém, devido aos salários, considerados baixos, tempo fora de casa, riscos inerentes à profissão e outros pontos negativos, essas pessoas preferem esperar por outra oportunidade em outras áreas. Entidades, empresas de transporte e governos tem tido reuniões recorrentes para tentar resolver o problema, buscando oferecer treinamento, salários melhores e outros benefícios para os motoristas mais jovens, que não tenham experiência, ingressarem na profissão.
Ex-caminhoneiros, porém, se negam a voltar ao trabalho com transporte, pois dizem que as empresas não pagam salários decentes para os motoristas, que foram reduzidos há alguns anos devido à crise financeira dos países europeus. De acordo com eles, um salário justo para um profissão tão dura quanto a de caminhoneiro seria o melhor chamariz para novos motoristas e antigos caminhoneiros, que gostam da estrada, mas não conseguem dar uma vida digna à suas famílias.
O salário médio para um caminhoneiros na Espanha, em rotas curtas e médias, varia de 1.400 a 1.800 Euros (cerca de R$ 6.500 a R$ 8.500) por mês. Motoristas rodoviários, que fazem rotas longas, muitas vezes viajando entre países da união europeia chegam a ganhar até 2.700 euros, que dá cerca de R$ 12.600 por mês, em conversão direta.
No momento, esses países não tem nenhum tipos de programa de importação de mão-de-obra, mesmo havendo interesse de candidatos da América do Sul em ingressarem na profissão nesses locais.

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