Foto: Estadão
Fernando Haddad (PT)
O empreiteiro Marcelo Odebrecht já entregou mais de 3 mil
e-mails em 1,2 mil páginas à força-tarefa da Operação Lava Jato desde
que entrou em prisão domiciliar, em dezembro de 2017, após dois anos e
meio em regime fechado em Curitiba, beneficiado pelo acordo de delação
que fechou com o Ministério Público Federal. O acervo contém não apenas
mensagens escritas pelo delator da Odebrecht ou a ele enviadas que ligam
o ex-presidente Lula – condenado e preso na Lava Jato – ao terreno que
abrigaria o Instituto Lula, em São Paulo, e ao sítio de Atibaia. Os
e-mails entregues pelo delator em fevereiro e em abril deste ano tratam
também de suposto caixa 2 à campanha de Fernando Haddad (PT), à
Prefeitura de São Paulo, em 2012, e doação para campanha de Paulo Skaf
(MDB) ao Governo de São Paulo em 2010 e em 2014. Marcelo Odebrecht
deixou a cadeia em dezembro do ano passado. Em depoimento ao juiz Sérgio
Moro, em abril, o delator contou que começou a analisar os e-mails no
fim de janeiro. “Na época que eu fiz a minha colaboração, basicamente
fiz de memória e com alguns poucos documentos que eu consegui obter da
empresa. Não tinha acesso a meu computador”, contou Marcelo ao
magistrado. “É muita dificuldade para fazer essas pesquisas, viu? Eu não
imaginava, na verdade, quando eu recebi esse computador. Eu tive acesso
a ele duas semanas antes de sair da custódia. Quando eu vi a quantidade
de informação, pelas limitações da custódia, de ter acesso a
computador, eu disse: vamos deixar para receber em casa.” A cópia do HD
do notebook de Marcelo Odebrecht foi disponibilizada pelo Ministério
Público Federal. O computador havia sido apreendido formalmente em junho
de 2015 quando o executivo foi preso na Lava Jato. Em cada bloco de
e-mail entregue, o empreiteiro explica o conteúdo das mensagens. Segundo
Marcelo Odebrecht, há cerca de 480 mil e-mails, 230 mil arquivos e 70
mil documentos no HD disponibilizado.
Estadão
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