domingo, 30 de setembro de 2018

Ciro diz que 50% dos eleitores não querem polarização Haddad/Bolsonaro


Ciro diz que o PT “tomar o poder” é ameaça ao país
Thiago Herdy
O Globo

O candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) disse na manhã deste sábado ser contrário à proposta de convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva, defendida nesta sexta-feira por seu adversário, Fernando Haddad (PT). Para o candidato, a posição do petista, somada a declarações do ex-ministro José Dirceu sobre a “tomada de poder” pelo partido em outubro, revela “o radicalismo e a falta de respeito às regras que têm marcado a prática de extremistas no Brasil, do PT e do outro lado”.
— Quem é que tem a faculdade de convocar uma Constituinte? Como fazê-la exclusiva? Quem tem essa atribuição? Ninguém tem. Isso é uma violência institucional clara. Que está sendo posta na boca do Haddad por esses malucos do PT — disse Ciro antes de se encontrar com representantes de associações de defensores públicos em seu comitê de campanha, em São Paulo.
SÓ EMENDAS – O candidato defende que prevaleça o que foi determinado há 30 anos pelos deputados constituintes brasileiros: só cabem mudanças na regra por meio de aprovação de emendas aprovadas pelo Congresso Brasileiro.
Neste sábado, Ciro minimizou o resultado da pesquisa Datafolha divulgado na noite de sexta-feira, que verificou 11% de intenção de votos para ele, posição mais distante de Haddad, segundo colocado (22%). O primeiro colocado, Jair Bolsonaro (PSL), tem 28%. Ciro disse entender que 50% da população “não quer essa polarização”.
— Eu represento, acredito, a melhor proposta, a mais segura, a mais consistente. E isso não se apura pelo elogio em boca própria, que não tem cabimento, isso se apura quando se simulam as opções de segundo turno, em que eu ganho folgado do Haddad e do Bolsonaro — disse o candidato.
SEGUNDO TURNO – De acordo com o Datafolha, em eventual segundo turno, Ciro ganharia de Bolsonaro por 48% a 38% e de Haddad por 41% a 35%.
— Acredito que é isso que o povo brasileiro precisa. Achar um caminho em que a gente encerre essa confrontação odienta — disse Ciro.
O candidato criticou Jair Bolsonaro, que disse não aceita resultado diferente de sua própria vitória na eleição.
— Isso é simplesmente a projeção da tragédia que aconteceu em 2014, produto da confrontação odienta do PT com o lado da direita brasileira — afirmou, mencionando que, naquele ano, dirigentes do PSDB não aceitaram o resultado da eleição. Em sua avaliação, isso tensionou o ambiente político brasileiro.
SEM ENTREVISTAS – Ciro defendeu a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, de impedir entrevista com Lula nesta semana, derrubando decisão contrária do colega de Corte Ricardo Lewandowski.
— Acho que é uma aberração o Lula querer dar uma entrevista a seis, sete dias da eleição. Acho mesmo, francamente. O que que ele tá querendo com isso?
Ciro foi, então, lembrado, que o pedido de entrevista partiu da imprensa.
— Sim, mas a imprensa solicitou também do cara que deu a facada no Bolsonaro. Aí imagina esse maluco que sai da cadeia e diz que foi o PT que mandou ele fazer. Isso é justo? É razoável? É um bom conselho para uma população que está desempregada, sofrida, machucada, assustada com a violência? Há um limite, é preciso haver um mínimo de civilidade no processo eleitoral — respondeu o candidato do PDT.
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