Já se
sabe, desde tempos remotos, que não se ganha uma peleja sem uma boa estratégia.
Encarar o inimigo de frente sem que se tenha cartas na manga capazes de desestabilizar
o inimigo era no mínimo considerado uma loucura, ou uma estratégia suicida que
só facilitaria o trabalho do adversário.
Na política,
as armas são outras, as investidas também, mas a lógica é a mesma. Nesse guerra, o PT parece se
perder em seu próprio orgulho ferido. Longe de discutir a verdade, ou verdades
por trás da prisão de Lula, se foi justa ou não, se os processos seguiram os
caminhos que deveriam seguir ou não, o Partido dos Trabalhadores já deveria
saber com quem estava lidando e, mais do que isso, deveria olhar para si mesmo
e responder a clássica pergunta: onde foi que eu errei?
Uma lição
de casa que nitidamente foi ignorada, do contrário teria tempo e grandes
chances de se refazer, amparado pela popularidade que ainda goza, apresentando para
a sociedade as respostas aos inúmeros questionamentos sobre suas intenções,
seus erros, erros que não foram apenas descobertos, alguns confessados diante
de câmeras, juízes, advogados, diante da sociedade. Mas o partido ainda tinha
em sua áurea a esperança do povo que ele mesmo fomentou através de suas políticas
sociais, seus propósitos e seus ideais.
.
A cúpula do
PT no entanto, olhou para si e não viu nada disso, se viu imenso, superpotente,
invencível e escolheu que com tanta força, o que tinha que fazer era peitar os
inimigos de frente, mesmo sabendo que seus adversários estavam unificados com o
intuito de não somente frear a manutenção do poder petista, mas, também,
empurrar o partido ao limbo, para não dizer que o intento é mesmo ser algozes
de um partido que se propôs a olhar para o povo e suas necessidades, em
detrimento dos grupos poderosos que, a todo custo, apelavam para que o governo
lhes abrissem as portas do poder novamente.
Pois
bem, Lula,
como se esperava, foi preso, como reza a cartilha da “Ficha limpa”,
condenados
em segunda instância em órgão colegiado não podem ser candidatos a
cargos públicos e o que fez o partido? Anunciou Lula candidato, o tempo
passou e o TSE
determinou, Lula Preso não! E o que fez o partido? Lula Livre sim.
As
insistências
em uma estratégia suicida colocam a própria candidatura petista na
berlinda,
correndo o risco de sequer ter um candidato já que dia após dia
contraria
determinações da justiça para excluir Lula da sua campanha eleitoral.
Brinca diante de uma cascavel que a toda hora balança seu chocalho.
Chegamos
próximo ao momento do tira-teima, o momento em que as urnas anunciam
categoricamente
seus vencedores, o que querem, como desejam ser governados e o PT ainda
está olhando
para si, preferiu insistir em um modelo de ação que produz
incertezas políticas, incertezas no seu eleitor, insegurança nos
militantes que
pouco a pouco esgotam seus discursos em redes sociais, na tentativa de
manter a
esperança de um Lula candidato. Ignora ainda o tipo de eleitor que temos
no Brasil, acrítico, boa parte ignorante politicamente e que tende a
escolher seus candidatos com base meramente no grito e fundo musical,
inda mais nessa eleição.
Nesse ínterim, Ciro, que poderia ser a arma do PT para essas eleições, mudou seu
discurso, inteligentemente e em tempo, passou a defender Lula e acusar o
processo de prisão de Lula como insuficiente, falho e injusto.
Maik Oliveira é Cientista Social e Especialista em Sociologia pela UESC, colaborador desse blog |
Percebeu Ciro
que quem vota na direita não vota nele, o discurso equivocado de ataques a Lula
e ao PT perderam então sua razão e saiu de cena pois sabe, que em um eventual
segundo turno contra Bolsonaro, ele será a bola da vez dos petistas e sua turma
engajada.
As pesquisas
indicam essa tendência, Haddad continua se declarando vice de Lula, o PT não se
decide, e Ciro, como ele bem diz, comendo pelas beiradas, já está em segundo
lugar e pode, com os votos de Lula, ser eleito Presidente da República em novembro,
visto que, nenhum petista que se preze vai deixar de votar em Ciro para dar um
mísero voto a Bolsonaro, aí seria o fim da picada.
Mas, tudo que escrevi, são
análises da superficialidade que se apresenta, em política, tudo é possível!
BLOG ITABUNA NEWS / JAY SANTANA
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