domingo, 2 de setembro de 2018

A urgente criação de empregos


Joaci Góes

Tribuna da Bahia, Salvador
30/08/2018 08:36
   


Ao Professor Marival Chaves, personalidade exponencial do magistério inteligente.
O desemprego produz pobreza material e espiritual, caracterizando-se como a mais contundente e aviltante das poluições.
Em essência, ser pobre, materialmente, é ser incapaz de produzir valor suficiente à fruição das coisas básicas ao exercício de uma existência digna, tais como: alimentação, moradia, vestuário, educação, saúde, transporte e lazer em níveis minimamente satisfatórios. Do ponto de vista espiritual, o desemprego produz insegurança emocional e põe a nocaute a autoestima, gerando o pior de todos os males: o sentimento de infelicidade que pode levar, até, ao suicídio.
No espaço e no tempo, os destituídos de educação de qualidade lideram a relação dos desempregados, tendência que se acentua na sociedade do conhecimento em que estamos imersos. A ignorância, portanto, é a causa fundamental do desemprego das pessoas e da pobreza dos povos, razão porque a educação é definitivamente o seu mais eficaz antídoto. Toda medida, portanto, destinada a combater a pobreza que não se apóie na educação há de ser necessariamente transitória e ineficaz. O Brasil, mercê do baixo nível de qualidade da educação que pratica, exibe um quadro de alarmante desemprego cujo combate tem que ser elevado ao patamar das prioridades inadiáveis. É imperioso reconhecer que, cada vez mais, pessoas e povos deixam de ser divididos entre pobres e ricos, para sê-lo entre educados e ignorantes, por mais duro e antipático que essa divisão possa parecer.
Uma das maiores dificuldades para a ampliação da oferta de postos de trabalho e a manutenção de taxas aceitáveis de desemprego no Brasil vem residindo na sujeição da matéria a interesses vinculados à próxima eleição com dramáticos prejuízos para o bem-estar das futuras gerações.
Uma medida destinada a diminuir, drasticamente, o desemprego exigirá um programa de obras públicas que priorize a utilização intensiva de nossa abundante mão de obra de baixa qualificação, como a continuidade de obras de infraestrutura física, interrompidas pelo oceânico déficit fiscal, como portos, aeroportos, estradas e o programa Minha Casa - Minha Vida, em substituição, enquanto durar, ao humilhante bolsa-família, fonte, também, de momentosa corrupção, a ser investigada. A flexibilização ensejada pela Reforma Trabalhista, corajosamente empreendida pelo Governo Temer, contribui para reduzir, em curtíssimo prazo, nossa abjeta taxa de desemprego. O cronograma dessas obras deve ser suficientemente flexível para se ajustar à sazonalidade das crises de emprego, recomendação que frequentemente se choca com os prazos eleitoreiros de inauguração.
Paralelamente a essas medidas de diminuição do desemprego e da pobreza, em curto prazo, colocar-se-ia em marcha uma aliança nacional com o envolvimento de toda a sociedade em favor da elevação do nível educacional do povo brasileiro, de todas as idades, de mamando a caducando. Esse o caminho pacificamente revolucionário para interromper nossa baixa competitividade na seara internacional, regida por educação de alto padrão. No começo do Século XIX, foi com o envolvimento compulsório da sociedade letrada que o México erradicou o analfabetismo.
Fora daí, é repetir os velhos erros de sempre, representados pela adoção de medidas populistas de grande impacto emocional, mas destinadas à frustração, ao desencanto e ao desperdício brutal de recursos.
Sem educação e honradez os povos estão condenados à pobreza material e abjeção moral.

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