quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Saúde pode ter colapso no Brasil


JORNAL A REGIÃO
Mesmo vivendo uma difícil situação fiscal, os municípios têm assumindo uma parcela cada vez maior dos gastos com saúde, o que pode configurar, em breve, um quadro de séria crise no setor, agravada pelas medidas de austeridade fiscal.

O comprometimento federal com serviços de saúde passou de 50,47% dos recursos em 2003 para 41,45%, em 2016. Já a parcela que recai sobre municípios cresceu de 25,57% para 33,04%, nesse mesmo período.

O aumento dos valores nominais ocorreu para as três esferas de poder, mas proporcionalmente maior para municípios, seguidos de Estados. A análise está no estudo "O sistema de saúde brasileiro em encruzilhada: progresso, crise e resiliência".

Ele foi publicado na revista científica BMJ Saúde Global e produzido como alerta por especialistas da Universidade Harvard e do Imperial College London, com consultoria da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O estudo mostra que, de 2003 para 2014, o gasto municipal per capita com saúde (recursos próprios, receitas federais e verbas estaduais) cresceu 126% - passando de R$ 315,70 para R$ 716,50 ajustados pela inflação. No entanto, desde 2015 essas despesas diminuíram 6,3%, para R$ 671,1, em 2016.

A consequência é o aumento da mortalidade por causas preveníveis e doenças crônicas. em todas as faixas de idade, sendo mais pronunciadas em regiões vulneráveis e pobres, com populações em risco", diz Adriano Massuda, pesquisador na Harvard T.H. Chan School of Public Health.

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