quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Bolsonaro deve ser principal alvo do palanque eletrônico, a partir de sexta-feira


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Charge do Edra (Arquivo Google)
Bernardo Mello Franco
O Globo

Não vai dar mais para fugir deles. Daqui a três dias, os candidatos vão invadir as ondas do rádio e a tela da TV. A propaganda obrigatória começa na sexta-feira. É o momento em que a maioria dos brasileiros se dá conta de que a eleição está próxima.
Na estreia, virá aquela onda de bom-mocismo. Todos vão se apresentar como bons pais, bons filhos e políticos exemplares. Depois começa o tiroteio. O principal alvo deve ser Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas nos cenários sem o ex-presidente Lula.
ALCKMIN NO ATAQUE – O tucano Geraldo Alckmin deve liderar a artilharia. Com 5min32s por bloco, ele terá tempo de sobra para torpedear o capitão. Não lhe resta outra escolha. Se não recuperar seus eleitores que hoje flertam com a ultradireita, o PSDB ficará fora do segundo turno.
O tucano já foi aconselhado a enfrentar Bolsonaro nos primeiros debates, mas amarelou. Agora o marketing tentará fazer o serviço por ele. O plano é usar um terço do tempo para “desconstruir” o candidato do PSL, que terá apenas 8 segundos por bloco.
A tática do bombardeio funcionou em 2014, quando a propaganda do PT centrou fogo em Marina Silva. Ela chegou a ser favorita e acabou fora do segundo turno. Agora há uma diferença: Bolsonaro parece menos disposto a apanhar sem revidar.
LULA NO PT – O PT já preparou seis programas com Lula candidato. A ideia é manter o discurso até que o TSE bata o martelo, o que só deve acontecer a partir do dia 4. No entanto, o partido ainda pode sofrer mais um revés.
Segundo um ministro da Corte, a tendência é que o PT seja impedido, desde sexta, de apresentar o ex-presidente como cabeça de chapa. Isso não deve desagradar o entorno de Fernando Haddad, que anda ansioso para poder vendê-lo como o verdadeiro candidato.
JUCÁ DE FORA – Romero Jucá, o senador do “grande acordo nacional”, acaba de abandonar o presidente Temer. Com a reeleição em risco, ele usou a crise dos refugiados como pretexto para renunciar à liderança do governo.
Neste ritmo, só vai sobrar o Michelzinho.
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