segunda-feira, 2 de julho de 2018

Responda, com toda a sinceridade: Pode-se confiar na Justiça brasileira?


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Charge do Jarbas (Arquivo Google)
Roberto Nascimento
Destarte, cumprimento a iniciativa do Dr. Jorge Béja, de trazer ao convívio da Tribuna da Internet a ilustre advogada Janaína Paschoal. O seu debut aqui foi elucidativo e nos instiga a comentá-lo, o que farei abaixo:
1 – A corrupção no país se tornou endêmica e atinge todas as classes sociais, trata-se de um monstro de várias cabeças, que nos consome diariamente, suga as energias da nação e, pelos seus deletérios efeitos, provoca a infelicidade dos cidadãos mais pobres, notadamente, se bem que o castigo atinge a todos indiscriminadamente, até àqueles corruptores. A brasilidade vai perdendo a sua razão de existir, pela desesperança que causa a dilapidação do patrimônio nacional.
2 – Como bem disse o eminente ministro aposentado do STF, Eros Grau, em recente artigo no Estadão, não existe justiça na Terra. Somente no encontro do humano no paraíso, diante da divindade, portanto, na Cidade de Deus, há justiça verdadeiramente. Os fatos demonstram diariamente, que nas prisões fétidas e insalubres, só habitam pobres. Os ricos são mandados para prisões domiciliares, com tornozeleiras fajutas ou sem nada que os controlem. Os poucos que são mandados para o cárcere, pois até para essas leniências com o topo da pirâmide, há que ter um limite do razoável, lá são lhes oferecido certas regalias, que ao cidadão comum (os simples mortais), não é dado ter.
3 – O sistema de poder está incomodado com as sentenças da Lava Jato. Por esta simples razão, tentam a todo custo minar a ação dos promotores e dos juízes, das estirpes de Sérgio Moro e de Marcelo Bretas, pela ordem, Curitiba e Rio de Janeiro, no entanto, há inúmeros juízes com a mesma disposição de enfrentar os corruptos de todos os matizes, incrustados nos três poderes e na nata do empresariado.
4 – Se um juiz solta um poderoso, de ofício ou fundamentado na linha da Defesa do réu, com base na razoabilidade e nos preceitos da Lei Penal, deve ter a mesma linha de raciocínio, quando confrontado com ações do mesmo tipo, porém, com réus das classes C e D. Se age de maneira diversa, com argumentos humanitários para livrar o réu poderoso e contraditoriamente não entende da mesma forma, quando se trata de réu pobre, então não é justo, não é um bom juiz.
5 – As forças vivas da nação entendem esses procedimentos incongruentes de uma parcela conservadora do Judiciário (no sentido de proteção da classe A), como sendo um protecionismo a favor de quem tem poder e um desdém contra os que vivem do trabalho. O resultado é um descrédito do Judiciário, que assim é jogado na lama, na qual já estão os Poderes Legislativo e Executivo, que vêm sendo execrados por gregos e troianos, como nunca antes nesse país.
6 – Os nobres advogados, principalmente aqueles procrastinadores, na defesa da nata da corrupção, também não estão sendo bem vistos pela população. A visão do povo é diferente da classe advocatícia. A profusão de recursos, sem fim, para réus sabidamente criminosos, a ponto de entrarem com embargos dos embargos de declaração, um recurso protelatório, que visa apenas clarear, o que não foi entendido pelo defensor, sem mudar na essência, a sentença punitiva, cria um desalento e uma tristeza no inconsciente coletivo. Definitivamente, o Brasil não é um país justo.
7 – A justiça, é uma peça rara no mundo, mais no Brasil vem multiplicada a enésima potência. Veja o caso do impeachment da presidente Dilma, que cometeu o crime de responsabilidade fiscal, dentre outros erros administrativos de gravidade. Pois bem, seu sucessor também vem cometendo erros em cima de erros e o mesmo Congresso, que varreu a presidente do centro do poder, protegeu e impediu que o atual mandatário tivesse a mesma pena. A justiça não foi feita, pois o entendimento do julgador do Legislativo valeu para o primeiro, mas não vale para o segundo.
Então, podemos acreditar nos julgadores do Brasil? Talvez, essas atitudes expliquem o alto índice de violência, jamais experimentado pela sociedade brasileira. É o sentimento de impunidade que exala nos espíritos e mentes, dos cidadãos propensos a pratica da maldade, os falsários, os traficantes, os rufiões, os homicidas, os ladrões, os usurários. Todos esses hereges já perceberam que não serão punidos no plano terreno e essas pragas humanas não temem o castigo divino, com isso vão ganhando tempo, até que finalmente sejam castigados no metafísico juízo final.
Alea jacta est.
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