BiotechTown abre as portas na próxima quinta-feira para alavancar mercado de biotecnologia no Estado
Minas Gerais vai
abrigar o primeiro centro privado de aceleração de negócios de
biotecnologia e ciências da vida da América Latina. No próximo dia 5,
será inaugurado no condomínio Alphaville Lagoa dos Ingleses, em Nova
Lima, o BiotechTown, espaço destinado a oferecer ao mercado de
biotecnologia uma estrutura de desenvolvimento de produtos e serviços
que reduza os riscos e acelere o lançamento de novos itens no mercado
nacional e internacional.
O empreendimento teve investimento
estimado em R$ 35 milhões, feito em parceria pela Fundação de
Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), por meio da agência de inovação, a
Fundep Participações (Fundepar), e da Companhia de Desenvolvimento de
Minas Gerais (Codemge).
Construído em uma área de 2.100
metros quadrados, o espaço oferecerá estrutura de laboratórios,
incluindo uma espécie de fábrica para testes de produção em escala
industrial, além de salas de reuniões, auditório e acompanhamento para o
desenvolvimento do negócio.
De acordo com professor e
pesquisador Pedro Vidigal, CEO do BiotechTown, a ideia é facilitar a
vida dos empreendedores do ramo, especialmente aqueles em estágio
inicial.
“O que temos observado é que as
startups desta área apresentam uma série de dificuldades para
desenvolver os seus produtos, porque é necessário um grande investimento
em estrutura laboratorial e muitos empreendedores desconhecem o
ambiente regulatório. Isso cria lacunas que impedem que eles cresçam ou
atrasam o seu desenvolvimento. A ideia é fornecer os recursos e dar
apoio para o crescimento dessas empresas”, explica.
Segundo o especialista, o ramo é
amplo e contempla desde medicamentos até pesticidas biológicos e
biocombustível. “Quando se fala em biotecnologia, a tendência é pensar
somente na área da saúde, mas vamos apostar em qualquer tecnologia
apoiada nas ciências biológicas e que possam ser aplicadas. Isso inclui
medicamentos e fármacos, mas também alimentação, agropecuária,
combustíveis e qualquer outro produto que possa ser desenvolvido nesses
moldes”, afirma.
Dez empresas serão selecionadas para receber investimentos
Junto com a inauguração, haverá a abertura de um processo seletivo que vai escolher as dez primeiras empresas contempladas.
Os selecionados receberão
investimento inicial, além de apoio para diagnóstico do produto,
avaliação do modelo de negócios, estudo de mercado, sugestões de
adequação para melhorar a usabilidade e acompanhamento de especialistas
durante um ano.
Segundo a Codemge, mais de 150
projetos de inovação serão desenvolvidos no Centro de Desenvolvimento em
Biotecnologia, e mais de 100 clientes serão atendidos para produção
comercial por ano.
A expectativa é que o BiotechTown gere, em 20 anos, 200 novos negócios na área e R$ 200 milhões em retorno para Minas Gerais.
O centro visa, também, ser a porta
de entrada para produtos biotecnológicos estrangeiros no mercado
latino-americano, com serviços de assessoria para empresas estrangeiras
que queiram entender as regulamentações do mercado brasileiro.
“No Brasil, a biotecnologia é
regulamentada de forma muito diferente do mercado europeu, por exemplo.
Por isso, as empresas médias e pequenas têm muita dificuldade para
entrar aqui. Vamos oferecer apoio para que elas entrem e consigam trazer
a sua tecnologia pra cá”, explica Pedro Vidigal, CEO do
empreendimento.
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