sábado, 28 de julho de 2018

Mendes quer criar figura da ‘co-governadora’


Segundo psolita, o conceito vice tornou-se figura decorativa após impeachment de Dilma

Tribuna da Bahia, Salvador
28/07/2018 07:49 | Atualizado há 1 hora e 35 minutos
   
Foto: Reprodução/TVSAJ

Por Henrique Brinco
O pré-candidato do PSOL ao governo do Estado, Marcos Mendes, quer inovar. O socialista implantou o que ele chama de novo modelo de chapa majoritária para fazer frente e tentar chegar ao segundo turno, a exemplo do que aconteceu com Marcelo Freixo (PSOL) nas eleições municipais do Rio de Janeiro em 2016. Se for eleito, o baiano terá ao seu lado uma “co-governadora”. A decisão foi tomada após a reviravolta no Palácio do Planalto, com a ascensão do presidente Michel Temer (MDB) ao poder. “Decidimos implementar o conceito de governador e co-governadora. Será um governo compartilhado. Esse negócio de vice, depois de tudo o que aconteceu [no impeachment de Dilma], acaba sendo uma figura decorativa. A co-governadora não. Ela estará ao meu lado governando o Estado junto comigo”, explica à Tribuna. E, para ocupar o posto, foi escolhida Dona Mira, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto na Estado (MTST-BA). “Ela é uma das pessoas que foram afetadas por esse modelo policialesco que temos aqui. O filho dela foi assassinado em outubro do ano passado. Então, é uma aliança de luta”, brada.
A ialorixá Bernadete Souza será candidata ao Senado. “No Senado, seguiremos a mesma linha. Fábio [Nogueira] é um professor, líder do movimento negro e social, ao lado de Bernadete. Ela também tem uma história de luta por terra lá na região de Ilhéus e é uma figura importante dentro dos movimentos sociais. Ela também é uma lutadora para que as pessoas respeitem as diferenças. É a única chapa onde há uma paridade entre homens e mulheres”. Seguindo a tradição de outros pleitos eleitorais, a agremiação caminhará praticamente sem fazer grandes coligações “Nós fizemos uma aliança dos movimentos sociais com o PSOL. Ao invés de fazer uma aliança com os partidos fisiológicos, nós fizemos aliança com movimentos sociais”, detalha. A legenda vai caminhar apenas com o PCB.
“Nós estamos com o PCB a nível nacional e a nível de estado. É um partido que nós estamos alinhados. Eles não querem participar de nenhuma pré-candidatura. Do ponto de vista programático, temos uma aliança muito forte e não é de agora”, revela. Mendes também lamenta o pouco tempo de televisão que o partido terá no horário eleitoral, que deve variar entre 15 e 40 segundos. “Acho isso desleal. A gente vai saber depois das convenções. O nosso tempo será curto e isso vem acontecendo com partidos ideológicos como o PSOL. A gente vai trabalhar muito com mídias sociais como um todo. Vamos utilizar o tempo de maneira inteligente”.
Sigla almeja dois estaduais e um federal
A legenda também planeja reforçar a bancada parlamentar na Assembleia Legislativa da Bahia e na Câmara Federal. Segundo Mendes, a o grupo contará com cerca de 50 pessoas para a chapa federal e outras 50 para as vagas estaduais. “Existe uma perspectiva real hoje de elegermos dois estaduais e um federal. Isso é uma meta real para a gente. A gente sabe que há um desencanto muito grande das pessoas com a política. Vamos tentar mostrar para as pessoas que somos um partido diferente na forma de fazer política”
O pré-candidato também tece duras críticas aos governos petistas, sobretudo a formação da chapa do governador Rui Costa (PT). “Por mais  que tenhamos divergências políticas e programáticas com a senadora Lídice da Mata, ela é uma mulher de esquerda e defendia os trabalhadores lá no Senado. Quando você abre mão de uma mulher dessa para colocar um ‘coronel’, a gente vê que modelo de política o governo do PT quer desenvolver na Bahia. Você tem uma chapa misógina e machista”.
Indagado pela Tribuna se o PSOL apoiaria Rui em um eventual segundo turno sem a agremiação, Mendes tergiversa. “Não trabalhamos com essa ideia. Acho que o segundo turno não estará dessa vez com o grupo de ACM Neto. Se tiver um segundo turno entre Rui e Zé Ronaldo, vamos discutir coletivamente”.

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