SÃO PAULO – O novo presidente da Fiat-Chrysler (FCA), Antonio Filosa, tem feito um grande esforço para estampar a fase do grupo, principalmente da Fiat (que vem retrocedendo em participação e volume desde 2012). Filosa confirmou 25 novos produtos que fazem parte do plano estratégico da FCA para o mercado latino nos próximos cinco anos.
Serão aplicados R$ 14 bilhões no desenvolvimento de produtos, aperfeiçoamento dos processos de produção e pesquisas em tecnologias. Mas quais são esses 25 “novos produtos”? O que o mercado terá realmente de novidade são quatro utilitários (que eles passaram a chamar pela sigla UV, e que corresponde a uma aplicação mais ampla que SUV), assim como duas novas picapes.
Para Betim serão cinco modelos: três UVs e uma picape leve, que se posicionará abaixo da Strada. Esta, por sua vez, chegará à segunda geração no ano que vem. Maior, para concorrer com a Duster Oroch, da Renault. Já Goiana terá um inédito SUV de sete lugares, uma espécie de Grand Compass, como antecipamos com exclusividade em 6 de junho.
E o restante da lista?
Junto com o anúncio, Filosa também confirmou que irá lançar versões turbo para os motores da família Firefly (1.0 e 1.3) e a inclusão da caixa automática de seis marchas, fornecida pela japonesa Aisin, que já equipa Argo e Cronos. Essas novidades de <CF36>powertrain</CF> serão aplicadas à gama e completarão a lista de produtos. Ainda estão nos planos uma geração do Uno (que já tem oito anos de mercado) e a consolidação da marca Ram, que poderá receber uma picape média com capacidade de carga de uma tonelada, vinda do México.
Filosa também falou sobre projetos de eficiência enérgica e o interesse em desenvolver soluções com base no etanol, tecnologia em que o Brasil é líder global. Mas são pautas que dependem da definição do projeto Rota 2030, que ainda se arrasta em Brasília.
O que importa é que nos últimos cinco anos a Fiat foi passageira no bonde da história. Ela assistiu concorrentes como Chevrolet, Ford, Volkswagen e Hyundai redefinirem as categorias de base do mercado, com modelos de entrada de maior tíquete para compensar uma queda de volume já era esperada devido à fragilidade da economia brasileira.
Renegade, Toro e Compass foram os produtos que seguraram a peteca de 2015 em diante, enquanto o Mobi não conseguiu se estabelecer como um sucessor legítimo do Mille e Palio Fire, justamente pelo fato de o consumidor potencial ter perdido poder de compra.
Ou seja, a Fiat irá se qualificar nos próximos anos, mas a conta para o consumidor não será barata.
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