Os protestos dos caminhoneiros impactaram a vida dos brasileiros e muita gente tem tido dificuldade para abastecer. Mesmo que muitos postos tenham recebido combustível desde o início da semana, o volume ainda é insuficiente para suprir toda a frota. E para quem não quer passar horas na fila, na tentativa de colocar alguns litros no tanque, o melhor é racionalizar o uso do automóvel.
Para muita gente, não há como simplesmente deixar o carro na garagem. Ainda mais nas regiões metropolitanas onde as cidades já passaram por um processo de conurbação e os cidadãos precisam atravessar um ou mais municípios para ir de casa para o trabalho. Mas dá para aumentar a autonomia do seu automóvel.
Um dos fatores que elevam o consumo é o próprio trânsito. Com fluxo elevado nos horários de pico, o motorista enfrenta o para e anda. Esse ritmo exige marcha forte, primeira e segunda constantemente, assim como maior giro do motor.
Há quem não saiba, mas a forma mais precisa de medir o consumo é a rotação por tempo. Ou seja, um carro que mantém uma média de 30 minutos a 3.000 rpm certamente vai consumidor mais do que outro funcionando pelo mesmo tempo a 2 mil giros. Na prática, é a diferença de o amigo ficar preso num engarrafamento, no para e anda constante, e trafegar suavemente a 60 km/h de quinta marcha. A dica é: se puder, o melhor é evitar horários de pico.
Pé de chumbo
O motorista pode economizar muito combustível só com o peso do pé direito. Atualmente os automóveis são equipados com luzes que indicam a subida ou decida de marcha. Basta obedecer, pois o sistema de injeção entende por meio da pressão no pedal e a velocidade se há demanda mais torque. Basta notar que quando se pisa mais fundo o indicador se apaga, pois o carro entende que o motorista precisa de força para ultrapassar ou subir a ladeira.
E mesmo se o automóvel não tiver indicador, tente manter a rotação sempre entre 1.800 e 2.300 giros, em velocidade estável. Nessa faixa o motor entrega bom percentual de torque sem elevar o consumo.
Banguela
Se a baixa rotação corresponde à economia de combustível, então podemos concluir que usar a banguela é uma maneira de economizar? A resposta é sim e não. Em automóveis mais antigos, equipados com carburador, a banguela realmente ajuda a economizar combustível, afinal nos carburadores a injeção de combustível é permanente e varia de acordo com a abertura da borboleta. Quanto mais aberta, maior a sucção de ar e consequentemente combustível.
No entanto, andar na banguela é um perigo, pois as rodas não recebem tração e caso seja necessário acelerar para evitar uma colisão, o motorista terá que debrear e engatar marcha. Esse acúmulo de comandos numa situação de risco pode ser um complicador.
Já nos automóveis dotados de injeção eletrônica, a banguela aumenta o consumo. Isso porque, quando o automóvel está embalado e o motorista tira o pé do acelerador, a injeção para de enviar combustível para as câmaras de combustão. As válvulas e pistões seguem se movendo pelo movimento das rodas, sem detonação.
E caso o motorista coloque a transmissão em ponto morto, a injeção voltará a injetar combustível para mantê-lo funcionando em marcha lenta. Logo, consumirá mais.
Ar-condicionado
O ar-condicionado deixou de ser apenas um recurso de conforto e podemos até classificá-lo como item de segurança. Afinal, não dá para rodar com vidros abertos, pois o ladrão sempre aborda a vítima que lhe oferece “melhores chances de sucesso”.
No entanto, o ar-condicionado eleva o consumo em 5%, em média. Daí, nesses dias de escassez nas bombas, convém deixá-lo ligado só quando não é seguro deixar os vidros abaixados.
Peso
Muita gente carrega metade da casa dentro do porta-malas. E não é preciso ser nenhum gênio para saber que quanto maior o peso total do carro, maior será a demanda por força. E, consequentemente, maior será o consumo. Aproveite para dar uma limpa na tralha e deixar apenas o que for imprescindível no seu dia a dia.
Esses toques não são capazes de resolver o problema do desabastecimento, mas podem ajudar o motorista a ganhar alguns quilômetros a mais com o combustível que ainda resta no tanque.