Folha/Painel
Em conversas reservadas, integrantes da cúpula das Forças Armadas demonstraram insatisfação com o fato de o governo Michel Temer ter editado um decreto para envolver militares na desobstrução de rodovias e, depois, ter atuado para coibir ações mais incisivas. Segundo esses relatos, os apelos do Planalto para que não houvesse abordagens diretas a caminhoneiros apenas confirmaram que o alcance e o anúncio da convocação foram impróprios e serviram apenas para expor as tropas.
As idas e vindas do governo não alarmaram apenas os militares. Integrantes do Congresso e do Judiciário criticaram a atuação claudicante do Planalto.
MEU JEITO – Auxiliares de Michel Temer dizem que foi preciso ajustar o tom para que a saída encontrada pelo governo conversasse com o estilo do presidente, que se apresenta como afeito ao diálogo.
O apoio expressivo da população aos paredistas, identificado ainda no início da semana em pesquisa interna do Planalto, ampliou o temor de que cenas de confronto estimulassem grandes manifestações de rua.
Como é melhor prevenir, avançaram as conversas dentro dos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda sobre a adoção de uma base de cálculo que “mitigue a volatilidade dos preços de combustíveis” – inclusive gasolina. As ideias estão sendo repassadas ao presidente da Petrobras, Pedro Parente.
PERDAS E GANHOS – A principal tese é a que prevê a contabilização de perdas e ganhos sobre os valores dos combustíveis por um determinado período – fala-se em um mês – para que só ao final a média seja repassada ao consumidor.
O aumento da gasolina alardeado nesta quarta (dia 30) foi usado como exemplo. A variação do preço médio praticado pela Petrobras nas refinarias era, no dia 21, R$ 2,0680. O desta quinta (31), R$ 1,9671. Ou seja, mesmo com o reajuste, houve queda acumulada.
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